MP arquiva denúncia de fraudes nas eleições do Conselho Tutelar

Recontagem de votos e depoimentos não confirmaram irregularidades apontadas por 10 candidatas não eleitas

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Promotora Clarissa Ammélia Simões Machado  anunciou arquivamento do caso em coletiva ontem à tardePromotora Clarissa Ammélia Simões Machado  anunciou arquivamento do caso em coletiva ontem à tarde
Promotora Clarissa Ammélia Simões Machado anunciou arquivamento do caso em coletiva ontem à tarde
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A promotora Clarissa Ammélia  Simões Machado arquivou ontem à tarde, a representação assinada por 10 candidatas não eleitas ao Conselheiro Tutelar. No documento, encaminhado ao Ministério Público no dia 8 de outubro,  elas pediram a recontagem e comparação dos votos com os nomes assinados nas listas e apontaram uma série de denúncias que não se confirmaram.  Com a decisão, o resultado da  eleição realizada no dia 4 de outubro, está mantido.

No despacho de 24 páginas, Clarissa fundamentou detalhadamente cada uma  das supostas irregularidades citadas na  representação. Uma delas é de que alguns eleitores teriam votado mais de uma vez, em razão das listas manuscritas elaboradas pelos mesários. Na sexta-feira,  funcionários do MP e a comissão eleitoral do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comdica), órgão responsável pelas eleições, realizaram a recontagem dos votos nas cinco seções (Fagundes dos Reis, Protásio Alves, Ernesto Tochetto, Cecy Leite Costa e Cardeal Arcoverde), mencionadas  no documento. O trabalho foi concluído no mesmo dia e não se confirmou a suposta fraude.

"Tivemos apenas uma pessoa que votou na escola Fagundes dos Reis, cujo nome não consta na listagem do Cartório Eleitoral, no entanto, comprovou-se pelas listagens dos mesários  que ele votou apenas uma vez”, afirma a promotora.  Segundo ela, pelo Sistema de Informação Eleitoral, o endereço deste eleitor consta como sendo Porto Alegre. A promotoria cogita a possibilidade de ele ter encaminhado a transferência do título  após agosto de 2015, período em que o Cartório Eleitoral já havia disponibilizado  ao Comdica as listagens oficiais. “Trata-se de um único caso de votação em zona e seção  que supostamente não corresponde ao domicílio eleitoral do eleitor, o que não implica  no resultado das eleições” observa Clarrisa em seu despacho. De qualquer forma, afirma, o  caso será encaminhado à Promotoria de Justiça para apuração de possível crime de estelionato ou falsidade ideológica  por parte do suspeito.

Ainda na sexta-feira, a promotora havia encaminhado ofício solicitando às candidatas que assinaram o documento,  “o amplo conjunto probatório' que alegavam ter sobre as irregularidades. Na terça-feira, ela recebeu nova documentação, desta vez assinado apenas por quatro candidatas, contendo a foto de uma listagem manuscrita.

 Além da recontagem, o Ministério Público ouviu o depoimento de mesários.  Eles relataram que em momento algum presenciaram candidatos conduzindo eleitores para a fila de votação, conforme a denúncia. Segundo declararam, também não houve auxílio a eleitores para votar nas urnas.

Em seu despacho, Clarissa reconheceu a dificuldade que mesários, eleitores e candidatos tiveram durante a eleição, principalmente devido à falta de voluntários para atender a demanda. Em razão disto,  encaminhou cópias do despacho ao presidente da Câmara de Vereadores, Procuradoria Geral do Município  e Semcas, chamando a atenção sobre a necessidade de uma reforma legislativa. A intenção é de que o  Comdica receba mais recursos para realização da próxima eleição. As autoras da representação ainda podem recorrer em outras esferas como o Juizado da Infância e Juventude ou Vara da Fazenda Pública.

 

 

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