Cerca de 200 toneladas de entulho são processados por dia na Usina de Reciclagem de Resíduos Sólidos, a Rizzotto Eco Smart, em Passo Fundo. O entulho da construção civil, antes um problema ambiental para a cidade, tem, agora, destino certo: desde o início de outubro, a empresa Rizzotto Terraplenagem e Tele Entulho é a empresa responsável pela reciclagem de resíduos da construção civil, através da Rizzotto Eco Smart, usina de reciclagem que foi criada para atender a demanda por um local adequado para o descarte de resíduos de um dos setores que mais cresce no município. A iniciativa se enquadra, também, no Plano Municipal de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos que vem sendo elaborado pela Prefeitura de Passo Fundo, através da Secretaria de Meio Ambiente.
Pioneira na área, a usina de reciclagem foi licenciada e apta ambientalmente para receber os resíduos sólidos da construção civil através da FEPAM e da Secretaria de Meio Ambiente do município. A partir disso foi possível iniciar o trabalho. “Começamos a operar no dia 1º de outubro e fizemos cinco dias de testes. Depois disso, abrimos e estamos recebendo entulhos de todas as empresas. e a partir do dia 6, abrimos para todas as empresas. É válido ressaltar que a construção civil deu uma boa freada, em função da crise. Mas, ainda assim, temos demanda e quase todas as empresas estão destinando seu entulho corretamente”, inicia Fernando Rizzotto, diretor da empresa. Ele acrescenta, ainda, que a usina surge para cumprir a legislação. “A lei é muito clara: quem produz resíduo é responsável pela destinação correta do mesmo. E a usina surge para suprir uma necessidade do município”, completa.
Reciclagem e Reutilização
O funcionamento da usina de reciclagem é simples: depois que o entulho chega na usina, ele passa por uma esteira onde o material é separado. “Papel, plástico e outros materiais que podem ser reciclados são enviados para o aterro. O que sobra é uma grande massa de concreto, argamassa e tijolo que cai em uma peneira onde é separada a areia, a brita e os sais. Com esse processo todo nós devolvemos para a cadeia produtiva toneladas de materiais”, comenta. A areia, por exemplo, volta para o mercado com um custo 50% menor. “95% do material que entra na usina volta para a cadeia produtiva, evitando a indústria relativista. 5% é do que chamamos de rejeito e enviamos para o aterro. Transformamos o que era lixo em material que será reaproveitado”, comenta.
Questão ambiental
Além da geração de empregos e de um destino para o entulho da construção civil, a usina de reciclagem colabora, fortemente, com a questão ambiental do município. “A partir dos entulhos é possível produzir agregados, como areia e brita. A motivação para a criação dessa usina surgiu a partir da constatação que a indústria de construção civil é grande geradora de resíduo e consumidora de recurso natural. Dados mostram que 60% dos resíduos de um município são provenientes da construção civil”, comenta o diretor. Para a Secretaria de Meio Ambiente, a iniciativa é uma das metas do Plano Municipal de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos que já vem sendo alcançadas na cidade. “Agora a cidade tem uma opção de destinação de resíduos da construção civil de maneira correta e licenciada pelo meio ambiente. Os principais objetivos das legislações ambientais são os conceitos de reciclagem e reutilização, que estão sendo atendidos. Com a reciclagem estamos evitando o descarte inadequado e evitando novas extrações de materiais minerais, visto que os recursos estão sendo reciclados e voltando para a cadeia produtiva. É importante lembrar, agora, que as empresas devem fazer a destinação correta”, ressalta o secretário Rubens Astolfi.
Plano Municipal de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos
O Plano Municipal de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos está em fase de diagnóstico e será elaborado pela Prefeitura de Passo Fundo, através da Secretaria de Meio Ambiente. Na construção e debate de ideias, participam de maneira colaborativa o Fórum da Agenda 21, Assembleia Permanente pela Preservação Ambiental (APPA) e 1ª Promotoria de Justiça Especializada do Ministério Público Estadual. A proposta a surgiu em função da Lei nº 4.969, publicada em janeiro de 2013, que institui a Política Municipal de Resíduos Sólidos em Passo Fundo que, além de abranger os princípios, objetivos, instrumentos, diretrizes, metas, ações e responsabilidades dos geradores e do poder público previu, também, a participação da sociedade na criação do Plano Municipal de Gestão Integrada para gerenciar adequadamente os resíduos sólidos que envolve lixo doméstico, industrial, da construção civil e contaminante.