A UPF Editora lançou e disponibiliza para download gratuito o livro “Diagnóstico instrumental para o direcionamento do espaço rural de Passo Fundo 2012 – 2014”. A obra, escrita pelos professores da UPF Benami Bacaltchuk e Luiz Ataídes Jacobsen e o agrônomo da Emater/RS Ilvandro Barreto de Melo, apresenta os resultados de uma pesquisa realizada com um terço dos proprietários rurais de Passo Fundo, com dados sobre estrutura produtiva, processos, necessidades e expectativas para o futuro. O estudo foi realizado por meio de parceria entre o Conselho Municipal de Desenvolvimento Agropecuário, CMDA, a Emater, RS/Ascar, a Embrapa Trigo, a Secretaria Municipal do Interior, o Sicredi Planalto Médio, o Sebrae-RS, o Sindicato Rural de Passo Fundo - categoria empregadores - o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Passo Fundo e a Universidade de Passo Fundo.
De acordo com o coordenador da pesquisa, o professor Benami, o estudo permitiu a participação de 26 estudantes da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAMV). “Durante dois meses, estivemos nas 26 comunidades do interior de Passo Fundo. Entrevistamos um terço dos proprietários rurais, ou seja 266 famílias, escolhidas pelo método de randomização”, explica. O questionário teve 126 perguntas, que contemplam questões demográficas, estruturais, perceptivas, educação e renda, entre outros itens.
Mão de obra familiar
A pesquisa revelou que no processo produtivo, a mão de obra predominante é a familiar, variando de uma até mais de cinco pessoas. Em 59% dos estabelecimentos visitados há de três a quatro pessoas da família que atuam no processo produtivo. Cerca de 11% das propriedades rurais contratam mão de obra permanente de um a dois funcionários na amostra, e 9% das propriedades utilizam mão de obra temporária.
Soja, milho e trigo
Apesar de a economia dos estabelecimentos estar alicerçada na soja, milho e trigo, constatou-se o cultivo de quatorze espécies anuais na maioria dos casos destinadas ao auto abastecimento e vendas dos excedentes. Foram relatados o cultivo de pelo menos quinze espécies de frutíferas perenes com destaque para os citrus, espécies mais presentes nos estabelecimentos. Foram 89% dos entrevistados que relataram o cultivo de olerícolas e mencionadas pelo menos vinte espécies, mas em apenas 8% dos casos tinham destino comercial. Há ainda quatro agricultores que cultivam flores como atividade comercial.
As culturas de soja, milho e trigo predominam no município. Dos pesquisados que declararam cultivar soja em suas propriedades foram 202 dos 266 entrevistados. Os que cultivam a cultura de milho totalizaram 146 produtores e a cultura do trigo é cultivada por 49 produtores entrevistados. A soja é cultivada por somente um produtor entrevistado em área inferior a 1ha e por 156 em áreas entre 1ha e 50ha. Um número de 24 produtores com áreas entre 50ha e 100ha declaram cultivar soja em suas propriedades. Já propriedades com mais de 100ha de área de soja, totalizam 21 casos. Quanto à cultura do milho predomina o cultivo em áreas inferiores a 50ha com 117 produtores, sendo que somente quatro produtores o cultivam em áreas entre 50ha e 100ha no município. A cultura do trigo, a que tem a menor área entre as grandes culturas econômicas do estado é praticada por quarenta produtores com área entre 0 ha e 50 ha, oito agricultores cultivam em áreas entre 50ha e 100ha e somente um declarou cultivar em mais de 100ha.
Água
A pesquisa identificou ainda as diferentes fontes de água utilizadas nas propriedades pesquisadas. O estudo revelou que 52% dos entrevistados informaram que a água que utilizam é proveniente de poços artesianos localizados na própria propriedade. Já, 21% declararam que se valem de fontes protegidas, 5% dizem obter água de fontes não protegidas, 11% informaram que a água que abastece a propriedade vem de poços tradicionais (escavados). Dos visitados, 2% valem-se de sistema de água fornecida pela Corsan enquanto que outros 2% usufruem de outras fontes de água.
Estradas
A avaliação do estado de conservação das estradas rurais também foi apontada. Dentre os entrevistados, 53% considerou que as condições de trafegabilidade são péssimas, 35% as consideram ruins, enquanto que 9% e 2% respectivamente declararam como boas e ótimas.
Internet
Em relação à existência de computadores nas residências, 44% dos entrevistados disseram ter computador em casa. No entanto, se for considerado o acesso à internet 24% disseram ter sinal ruim e o mesmo número de respondentes afirmam que o sinal é péssimo. Somente 22% do total de entrevistados afirmam receber um bom sinal de internet.
Obra completa
O livro completo pode ser acessado pelo site da UPF Editora - www.upf.br/editora/. O download é gratuito.