Foi apresentado ontem (26) o relatório final do Plano Estratégico de Desenvolvimento Econômico de Passo Fundo (PEDEL), do Programa de Desenvolvimento Integrado (RODIN). Além da matriz econômica diversificada, o documento apontou os diferenciais de Passo Fundo: o grande número de micro e pequenas empresas e uma quantidade significativa de instituições que tratam de tecnologia, inovação e pesquisa. De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Carlos Eduardo Lopes da Silva, o plano foi contratado nessa gestão através de uma determinação do prefeito Luciano Azevedo com o objetivo de formular um planejamento estratégico de longo prazo, não somente de ações imediatas, mas se pensando a cidade para o futuro. “Esse plano foi, em termos de referência, bastante criterioso para que fosse escolhida uma consultoria externa com expertise e experiência suficiente em análise de dados e informações da cidade. Apta, portanto, a nos fazer um diagnóstico do município e a nos propor, a partir dele, ações futuras para o desenvolvimento da cidade”.
O plano demorou cerca de um ano para ficar pronto e foi realizado por meio de várias metodologias, como aplicação de questionários, entrevistas, conversas online, informações coletadas com os líderes do município, além do uso de todos os indicadores e informações que já estavam disponíveis. A partir daí foi apresentado um sumário executivo do plano, contendo as potencialidades e as demandas que Passo Fundo ainda tem que tratar. Em cima disso, foram elencados dois eixos temáticos de apoio que a prefeitura precisa dar atenção na sua gestão para que o desenvolvimento seja ampliado.
Micro e pequenas empresas
O primeiro deles foi a atenção especial às micro e pequenas empresas. Segundo Carlos Eduardo, o apontamento corroborou em uma decisão que a administração já havia tomado. “Desde o início da gestão a gente já vinha dando uma atenção especial aos micro e pequenos empresários, através dos projetos do Sebrae, o que estamos ampliando com ações de desburocratização e compras governamentais”.
Tecnologia e inovação
O segundo eixo apontado foi um número muito grande de empresas e instituições que tratam de tecnologia, inovação e pesquisa dentro do município. Conforme o secretário, essas empresas ainda estão muito espalhadas dentro do território da cidade, sem uma aglutinação e uma unificação de projetos. “Cabe ao município ser um aproximador dessas empresas para podermos deslumbrar projetos em grupo, ações voltadas ao interesse de mais do que uma única empresa. Tratar desses temas com mais maturidade, principalmente com mais representatividade, para trazer investimentos, ações e planos, para que essas empresas possam ampliar as suas atividades”.
Monitoramento
Como garantia de que essas ações serão colocadas em prática, o PDEL conterá um plano de monitoramento. “Essa era uma grande preocupação nossa. Servirá para que não fique somente no papel, no documento”, explica o secretário. Na próxima fase, serão elencadas todas as ações prioritárias e estabelecidas as metas e prazos a serem cumpridos. Além disso, será realizado um programa de acompanhamento, que dirá se as ações estão avançando ou não e quais são as principais dificuldades na execução delas para tornar esse plano praticável. “Este é um grande diferencial, além de fazer um estudo e diagnóstico, o plano aponta saídas e também oferece uma metodologia de absoluto controle sobre aquilo que se propôs a fazer”. Um exemplo de ação que já está em fase de execução é o cluster de saúde, que tem o objetivo de aglutinar empresas da área para desenvolver projetos em benefício do município. A apresentação do relatório aconteceu durante a reunião ordinária do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Passo Fundo (CDES-PF), no anfiteatro da Faculdade de Medicina da UPF.
PEDEL
O PEDEL foi desenvolvido pela equipe técnica da empresa de consultoria Vertrag Planejamento Ltda., como uma ferramenta que contribui na avaliação de tendências e perspectivas para economia e sociedade, tanto no âmbito municipal quanto regional. Conforme o estudo realizado, Passo Fundo é uma das três cidades consideradas capitais regionais do Estado, onde a economia influencia e é influenciada por uma região de articulação que envolve mais de 800 mil habitantes. Além dos diferenciais em números de pequenas empresas e instituições da área de tecnologia, o agronegócio continua forte e consolidado, assim como as áreas de saúde e educação. O setor metal-mecânico também aponta para a expansão, ao lado da indústria de laticínios e a construção civil.