Uma feira remodelada e cheia de atrações

Feira do Livro de Passo Fundo segue com programação até o dia 08 de novembro, no Bourbon Shopping

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A 29ª edição da Feira do Livro de Passo Fundo, que iniciou no dia 31 de outubro e segue até o dia 08 de novembro, se reinventou. O evento, que costumava ser realizado na Praça Marechal Floriano, no centro de Passo Fundo, acontece nesta edição no Bourbon Shopping. Com o tema “Para a cultura não existem fronteiras”, a Feira, que busca a democratização do livro e o acesso à leitura, tem como finalidade a formação de novos leitores, oferecendo práticas leitoras e atividades culturais. O evento é coordenado pela Associação dos Livreiros de Passo Fundo, com apoio da Prefeitura de Passo Fundo, através da Secretaria de Cultura.
A Feira abrange apresentações artísticas, bate-papos, contação de histórias, exposições, mostras, oficinas, painéis, palestras, recreação, sessões de autógrafos, teatros e esquetes teatrais. São seis livrarias e mais de 10 outros expositores. Até o final do evento, 13 escritores convidados devem passar pela Feira: Robertson Frizero, Angélica Rizzi, Rafhael Montes, Marcos Piangers, Fernando Aguzzoli, Frederico Elboni, Gustavo Melo, Carlos Maltz, Jonas Ribeiro, Pedro Guerra, Fabrício Carpinejar, Mário Pirata e Simone O. Marques. Nestes dois primeiros dias de atividades, a organização contabilizou cerca de cinco mil pessoas e até o final da programação, a estimativa é que 70 mil pessoas prestigiem o evento.

Patrono
O patrono da Feira, Jorge Alberto Salton, que é escritor, psiquiatra e membro da Academia Passo-Fundense de Letras, abriu a programação de bate-papo e sessão de autógrafos do evento, na noite de domingo (29). Conversou com os leitores e falou um pouco sobre sua experiência como psicoterapeuta, que o inspirou a escrever o seu último livro “O maniqueísmo em nossas vidas”. A obra surgiu de uma curiosidade do autor, que se interessou em saber a razão pela qual algumas pessoas cometem genocídio, conceito criado para designar crimes que têm como objetivo a eliminação da existência de grupos nacionais, étnicos, raciais ou religiosos. “Comecei a estudar os genocidas da nossa história e havia uma opinião geral de que essas pessoas eram muito diferentes de nós, que elas tinham alguma doença mental. Estudando- as eu pude constatar que não era nada disso. Elas têm um momento na vida delas em que são tomados por essa forma de pensar e a partir daí cometem as maldades”. Segundo Salton, no Brasil, de um ponto de vista político, está predominando o pensamento maniqueísta, que é um antipensamento, uma maneira de dividir entre absolutamente bons e absolutamente maus. “Ou seja, os meus são absolutamente bons, temos a verdade, e os outros são absolutamente maus. O maniqueísmo é uma forma de pensar que já tinha sido superada pela humanidade, mas acabou retornando. E ele predominando, coloca todos nós em situação de risco, pois ele leva ao confronto”. O livro aborda as origens desse fenômeno, explica todas as características e aponta possíveis soluções.

Vendas
Os livreiros aprovaram a movimentação neste início de evento. Rafael Vargas, subgerente da livraria Delta, avalia as vendas como ótimas. “Mesmo com a troca de local, da Avenida para o Bourbon, saindo do tradicional de uma feira do livro, que é na praça, o público continua vindo atrás de novidades”. Os diferenciais das lojas expositoras são os lançamentos e descontos oferecidos. Um dos títulos mais procurados é do autor Fabrício Carpinejar, “Para onde vai o amor”.
O público também aproveitou para curtir a programação gratuita e, é claro, comprar livros. Para Jamile Estacia, psicanalista, a feira é uma divulgação da cultura na cidade e um estímulo à leitura e ao conhecimento. “É um convite às pessoas a terem acesso à informação e a tudo que uma feira dessa qualidade e multiplicidade pode oferecer aos seus visitantes. Além disso, é uma oportunidade para comprar livros, porque normalmente no dia a dia a gente não tem esse momento para parar e ir à livraria. Não dá pra sair sem um livro”.

Incentivo
A feira também é uma oportunidade de incentivar novos leitores. Andreia Pagliarini é pedagoga e acredita que uma criança que lê se tornará um adulto que sabe debater, escolher e conversar. “Eu tenho duas filhas e desde que elas eram pequenas nós sempre lemos muito. A minha filha mais velha, de 26 anos, lançou um livro no ano passado. E a mais nova, todas as vezes que nós saímos, o presente dela é sempre um livro”.
A programação completa está disponível no site www.feiradolivropf.com.br.

Confira a programação desta terça-feira (03):
09h às 9h30: Colégio Salvatoriano Bom Conselho – Apresentação artística
09h30 às 10h30: Bate-Papo – Jonas Ribeiro
10h30 às 11h: Sessão de autógrafos – Jonas Ribeiro
10h30 às 11h30: Oficina de danças – CRASS de Mato Castelhano
14h30 às 15h30: Bate-Papo – Jonas Ribeiro
15h30 às 16h: Sessão de autógrafos – Jonas Ribeiro
15h30 às 16h30: Apresentação artística – Musicografia Braille (UPF)
16h00 às 16h30 : Colégio Salvatoriano Bom Conselho – Grupo de dança
18h00 às 18h30: Instituto Menino Deus – Teatro e dança
19h30 às 20h30: Bate-Papo – Fabrício Carpinejar
20h30 às 21h: Sessão de autógrafos – Fabrício Carpinejar

Sobre a Feira
Desde 1977, ano da primeira edição, foram realizadas vinte e oito edições. De 1977 até 2007 a Feira foi coordenada pela Universidade de Passo Fundo (UPF) e, a partir da 23ª edição, realizada em 2008, a coordenação e execução do evento ficaram sob a responsabilidade da Associação dos Livreiros de Passo Fundo (ALPF). A ALPF foi criada em 2008 e conta hoje com sete livreiros associados.
Durante a Feira, o público tem acesso a muitos títulos expressivos do universo literário do mercado editorial nacional e internacional, além de oportunizar aos autores locais e regionais o lançamento de novos livros.

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