A fruticultura e a horticultura somam prejuízos em função do excesso de umidade na região. No caso de folhosas produzidas em campo aberto já há perdas de 70%. Videiras e pessegueiros também apresentam queda de aproximadamente 30%. Além disso, o excesso de chuva e a baixa luminosidade tem comprometido a qualidade dos frutos de acordo com levantamento realizado pela Emater Regional de Passo Fundo nos 40 municípios abrangidos.
O engenheiro agrônomo da Emater Regional Ivan Guarienti explica que no caso das frutíferas, as plantas geralmente passam o inverno em repouso e quando as temperaturas começam a se elevar, na proximidade da primavera, elas florescem e dão início ao ciclo produtivo. “A partir disso, se ocorrer algum evento ou eventos como granizo, geadas e chuvas em excesso, acumulam-se perdas no decorrer do desenvolvimento até a colheita”, destaca.
Algumas plantas até conseguem algum grau de recuperação, mas sempre abaixo do que produziriam com o desenvolvimento normal. As videiras, por exemplo, chegam a lançar novos brotos, no entanto sem o potencial produtivo daqueles que cresceram imediatamente após o inverno. No caso da citricultura, quando há geada as plantas até voltam a florescer e conseguem ter produção perto do normal. No entanto, neste ano, não há registro de perdas na citricultura, tendo em vista que as principais áreas cultivadas não foram atingidas por geadas e granizo.
Evolução das perdas
Com a continuidade dos dias úmidos, há a tendência de que os danos aumentem, especialmente nos pessegueiros e videiras. No caso do pêssego, alguns municípios já estimam perdas de 40%. “Nos 40 municípios estimamos perdas médias de 30%, o que já é um número expressivo”, pontua Guarienti. Ele destaca ainda que com uma produtividade média de 15 toneladas de pêssego por hectare, perder 30% representa 5 toneladas. Com o valor de venda médio de R$ 2 o quilo, a perda chega a R$ 10 mil por hectare. Conforme os danos aumentam, também aumentam os prejuízos dos produtores. Nas videiras e pessegueiros há outra preocupação relacionada aos tratamentos fitossanitários para manter a sanidade devido ao excesso de umidade.
Devido às geadas, as perdas nas videiras ficam em torno de 30% para as variedades precoces e 15% para as tardias. Parte delas está em floração e parte em desenvolvimento das bagas. A falta de sol e a alta umidade fazem com que a uva tenha excesso de água e baixo teor de açúcar. Isso compromete a qualidade do vinho a ser produzido. No entanto, como os frutos ainda estão no início do desenvolvimento não é possível afirmar se haverá ou não prejuízos nesse sentido. “Ainda é cedo, temos que esperar por janeiro e fevereiro para ver o quadro de qualidade de uva”, reforça Guarienti.