Com muita animação e sem medo da chuva, foi assim que iniciaram as atividades do III Acampamento da Criança com Diabetes promovido pelo Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo, Universidade de Passo Fundo (UPF), Lions Clube LD7 e Grupo de Escoteiros Maragatos. O evento iniciou na quinta-feira, 12 e segue até o domingo 15, e conta com a participação de mais de 25 de crianças oriundas de Passo Fundo e região, e seus acompanhantes. Por meio de uma programação intensa e lúdica, elaborada por profissionais de várias áreas, o Acampamento promove o autocuidado, a troca de experiência e busca uma qualidade de vida melhor para as crianças com a doença.
Nesta sexta-feira, 13 de novembro, as crianças já participaram de oficinas de nutrição e preparam alimentos para o lanche da tarde. Já os pais, reuniram-se para trocar experiências e repassar o cronograma. Uma das organizadoras do evento, Dra. Mirian Tombini pontuou que a organização do evento foi muito precisa já preparando um ambiente e locais para realização de atividades em caso de chuva, assim as barracas foram montadas no Centro de Eventos da UPF. “A expectativa é muito grande novamente. Nós temos crianças de várias cidades e queremos que elas aprendam e saiam satisfeitas do Acampamento. Para trabalhar com pais e crianças temos profissionais de diversas áreas da saúde, dando uma visão completa sobre o assunto”, enfatiza Mirian pontuando ainda que a independência das crianças e os ensinamentos serão vistos em casa, depois do evento. “Nos nossos encontros realizados de quatro em quatro meses nós avaliamos os aprendizados e a evolução das crianças e dois pais. A partir disso também montamos a programação do evento. Sempre tivemos um retorno muito positivo dos outros eventos, tanto dos pais como das crianças, que continuam conosco”.
A professora e coordenadora do projeto pela UPF, Cristiane Barelli, ressalta que o Acampamento é uma atividade permanente de cuidado a criança diabética, onde além do evento em si, os pais, as crianças e os organizadores ficam em contato durante todo o ano, através dos encontros quadrimestrais e também de forma virtual. “Quanto mais crianças e pais melhor, porque nós queremos ser multiplicadores de informações, queremos repassar nossos aprendizados e compartilhar experiências. Estes pais também estão de parabéns pelo auxílio na arrecadação de fundos para a organização do Acampamento. Além claro, dos profissionais que de forma voluntária dão suporte para que o evento aconteça”, pontuou Cristiane.
Experiência valiosa
Arlete Scussel e os filhos Antônio, nove anos, que descobriu o diabetes com quatro anos, e Giovana 10 anos, participam do Acampamento desde a primeira edição e conforme Arlete a troca de experiências e o aprendizado são valiosos para eles. Ela conta ainda que Giovana não é diabética e que sua convivência com o irmão, fazendo as mesmas coisas que ele, demonstram para as outras crianças que a vivência com o diabetes pode ser tranquila e normal. “Conversando com outros pais percebemos que eles também sentem angústias, as mesmas dúvidas e então, podemos fazer essa troca de aprendizados. A cada Acampamento surgem novidades, aprendemos sempre coisas diferentes e percebemos que é possível viver bem com o diabetes. A partir da convivência as crianças aceitam melhor a doença e aprendem a cuidar-se, ficam mais independentes e entre eles também há a troca de experiências”, enaltece Arlete.
Ao contrário de Arlete, Janete Chaves da Rosa, mãe do Carlos Eduardo Cosman, 12 anos, de Iraí, está pela primeira vez no Acampamento e há menos de um ano descobriu que o filho é diabético. A mãe relata que não está sendo fácil para o filho, já que este passou por diversas internações e não aceita a doença. No Acampamento, ela busca informações para auxiliar o filho. “Não foi fácil quando descobrimos, ele ficou bastante revoltado e não segue direito as orientações. A expectativa é que aqui ele aprenda a lidar com a doença vendo que outras crianças também convivem com esse problema e também que a gente possa saber como ajudá-lo”, comenta.
Aprendizado para vida toda
O pequeno Adriel Rauber, 10 anos, descobriu há 90 dias que é diabético. Ele relata que foi difícil quando descobriu a doença e como se fosse um adulto relata os dias que ficou no hospital e que precisou de forças para melhorar. O menino que quer ser inventor e cientista para ajudar pessoas com deficiências, conta que não conhecia crianças com diabetes e afirma estar gostando do Acampamento. “Já aprendi sobre alimentação e aqui tem várias atividades. Vamos aprendendo uns com os outros é bem legal, já fiz vários amigos”, relata o menino. Assim como ele, Franscisco Biasecki, sete anos, também está no Acampamento pela primeira vez. “Eu gostei bastante, aqui é bem legal. Já aprendi que a gente não pode comer gordura todos os dias e que é preciso cuidar da alimentação”.
Janis Maria Ledur, 11 anos, de Guaporé, já não é mais marinheira de primeira viagem, está no Acampamento desde o início e repassa seus aprendizados para os amigos. “Aqui convivemos com outras crianças que tem a doença e que passam por problemas como os nossos e assim, podemos trocar experiências. Se eu já vivi algo posso mostrar e se os outros sabem de algo podem me ensinar. O Acampamento me ajudou na convivência com a doença e o que aprendo aqui faço na minha casa”, conta.
2ª Corrida para Vencer o Diabetes
No domingo, as crianças e pais do Acampamento participam da 2ª Corrida para Vencer o Diabetes. O evento que contempla corrida e caminhada é promovido pelo HSVP em parceria com a Unidade de Pesquisa Clínica (UPC) e tem por objetivo conscientizar sobre a doença e incentivar estudos e pesquisas na área. A saída e o retorno da Corrida para Vencer o Diabetes aconteceram na Praça Tamandaré, Rua Teixeira Soares/Rua Uruguai, com horário da largada às 08h30min para a corrida e 09h10min para a caminhada. As distâncias disponíveis para a corrida são 5km e 3 km e a caminhada de 1,5km. “A Corrida é com certeza um alerta para toda a população e também uma forma de informar e divulgar a prevenção e o cuidado com o diabetes”, pontua Mirian.