Considerações
A prisão do senador Delcídio Amaral, PT, líder do governo no Senado, além de histórica, já é considerado o maior escândalo da República. Desgasta ainda mais o governo de Dilma Rousseff, embora o PT tenha dito ontem que não se responsabiliza pelos atos do senador. Ao mesmo tempo, passa à população a segurança de que está se fazendo Justiça, pois afinal nem mesmo um senador em pleno exercício do mandato escapa de ser pego com a ‘boca na botija’. Diante das provas irrefutáveis, o STF ratificou a prisão e o Senado, a quem coube a decisão final, também fez sua parte. Do ponto de vista político, além do desgaste inevitável do governo, quem sai ganhando mais uma vez é o PMDB. Este novo episódio da Lava-Jato, que também André Esteves, dono do Banco BTG Pactual; o ex-advogado de Cerveró Edson Ribeiro; e o chefe de gabinete do senador, Diogo Ferreira, desviou a atenção do presidente da Câmara Eduardo Cunha e fortaleceu a atuação do presidente do Senado, Renan Calheiros. O asfalto está ficando lisinho.
Foi dito
“Na história recente de nossa pátria, houve um momento em que a maioria de nós brasileiros acreditou no mote de que a esperança tinha vencido o medo. Depois, nos deparamos com a ação penal 470 (mensalão) e descobrimos que o cinismo venceu a esperança. E agora parece se constatar que o escárnio venceu o cinismo. Quero avisar que o crime não vencerá a Justiça. A decepção não pode vencer a vontade de acertar no espaço público. Não se confunde imunidade com impunidade. A Constituição não permite a impunidade a quem quer que seja”, Ministra do STF Cármen Lúcia.
“A casa caiu. O Congresso está sob júdice". Senador Ronaldo Caiado.
“Pelas gravações que estão sendo divulgadas, prisão do Senador foi rigorosamente dentro da Lei e da Constituição. Não é antecipação de pena”. Ex-governador do RS Tarso Genro.
Queimado
Sobre as eleições do Simpasso, que foi anulada por conta da falta do quórum mínimo, todos os votos dados na semana passada foram devidamente incinerados. A queima das cédulas ocorreu na sede do Sindicato acompanhada dos representantes das três chamadas. E, uma curiosidade: quatro urnas deixaram de ser computadas num primeiro momento, porque as diretoras das escolas esqueceram as mesmas nas respectivas escolas. No entanto, os votos depositados nelas não alteraram o resultado final. O Sindicato tem nova eleição na sexta-feira.