A prisão do banqueiro André Esteves causou impacto no mundo dos grandes negócios. Afinal, Esteves teve uma carreira meteórica no Banco Pactual. Começou a trabalhar na empresa com 21 anos e em tempo meteórico tornou-se proprietário e, hoje, possui renda de R$ 8.9 bilhões amealhada pela intensa ramificação de seus negócios. A prisão foi decretada pelos favorecimentos do governo nos negócios que interessam o Banco BTG em troca de financiamentos de campanhas eleitorais e, digamos assim, discreta distribuição de dinheiro sujo a algumas das personalidades políticas mais conhecidas do país, aqueles mesmos em que depositamos nossos votos e dos quais colamos adesivos em janelas ou em automóveis.
As palestras de André Esteves disponíveis na internet mostram o perfil agressivo de um vencedor, cheios de predicados. Utiliza com frequência as palavras de ordem dos supra-sumos do conhecimento comercial ético: segurança-cortesia-show-eficiência-obstinação-não acomodação...Sempre que a isso ouvimos percebemos a distância que existe entre nós e os gigantes das áreas dos negócios, aqueles caras que conseguiram enriquecer jovens. Essa sequência de palavras representam os valores que a Disney prega para seus funcionários como regras de conduta. Seriam os valores éticos. Porém, ética não é cosmética, não é coisa de fachada que se passa de leve só para ficar mostrando da boca para fora, sem uma prática decente e verdadeira. Tá aí, no xilindró, mais um para ensinar pela internet como é que a gente deve ser para ficar rico no Brasil.
Dia anterior, Marco Mattos, meu irmão Renato e eu descemos a Vera Cruz até a casa da costureira para buscar as calças de cor azul-marinho para o desfile de 7 de setembro. Camisa branca, calça azul, meias e sapatos pretos. Na batida do tambor, desfilávamos garbos para orgulho da família. Por uma razão ou outra tínhamos orgulho de ser brasileiros. Foi Pindorama a mãe dessa terra gigante chamada Brasil, Brasil pandeiro, Brasil campeão do mundo, Brasil de todas as raças, Brasil-brasileiro meu mulato inzoneiro, Brasil de Pelé e de Fittipaldi, Brasil do Maracanã.
Que bom meu Brasil ter dimensão continental porque pode acolher a todos nós. Quem nos acolheria, conhecidos atualmente no mundo inteiro pelo país dos golpistas e das roubalheiras? Democraticamente, sem luta armada, sem explosões e sequestros, uns valentes paladinos do judiciário vão emparedando os meliantes. São eles, os da lei, que estimularão, acredito, os demais políticos a compreender o momento que a sociedade clama. Queremos de volta o orgulho do verde-amarelo, queremos de volta o sentido de nação porque esta é feita de pessoas exemplares, pessoas que teriam livres entradas em qualquer lugar do mundo. Não vamos desistir, vamos varrer, como dizia Jânio.
Aliás, se a reforma do Maracanã para a Copa foi orçada em R$ 400 milhões e custou quatro vezes mais, imaginemos a construção de Brasília, uma cidade inteira. É o país dos oportunistas, é o país que queremos desconstruir. Queremos um país que seja o lar para nossos filhos e netos, um país que ao ouvir o hino nacional a gente coloque a mão sobre o coração em sinal de respeito e orgulho.
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