OPINIÃO

Coluna Adriano

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Focus
O boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira, elevou mais uma vez a previsão de inflação para este ano. O índice passou de 10,33% para 10,38%. A projeção para a redução do PIB em 2015 avançou de -3,15% para -3,19%. E a estimativa para a taxa Selic no final do ano permaneceu em 14,25%.

Cheque especial
A taxa média de juros no crédito livre subiu de 46,2% ao ano em setembro. para 47,9% ao ano em outubro, segundo dados do Banco Central. Com essa alta, a taxa volta a ser a maior da série iniciada em março de 2011. Desde o início do ano, em todos os meses, a taxa de juros tem sido recorde e batido a do mês anterior. Entre as principais linhas de crédito livre para pessoa física, o destaque vai para o cheque especial, cuja taxa subiu de 263,7% ao ano em setembro para 278,1% ao ano no mês passado. Esta é a maior taxa cobrada em 20 anos.

Crédito e inadimplência
O estoque de crédito concedido pelo sistema financeiro a famílias e empresas encolheu 0,1% em outubro e alcançou em 12 meses expansão de 8,1%, abaixo da inflação de mais de 10% no período. Os dados divulgados pelo Banco Central mostram ainda aumento da inadimplência para todos os tipos de clientes. A inadimplência encerrou o mês em 5,8%, acima do teto de 5,2% alcançado em março deste ano.

Crédito imobiliário
O volume de empréstimos para aquisição e construção de imóveis recuou 53,8% em outubro na comparação com o mesmo mês do ano passado, ficando em R$ 4,7 bilhões, informou a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário (Abecip). Em relação a setembro, a queda foi de 13,1%.

Desemprego
A taxa de desemprego cresceu em 25 das 27 capitais no terceiro trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foi de 8,3%. Os dados relativos às cidades são inéditos e fazem parte da Pnad, o levantamento mais abrangente do mercado de trabalho, divulgado pelo IBGE. Com um forte aumento da procura por trabalho, a taxa de desemprego subiu para 8,9% no terceiro trimestre em todo o país, acima dos 6,8% do mesmo de 2014 e a maior taxa da série histórica do IBGE, iniciada em 2012.

Concessões patrocinadas de rodovias
O Ministério dos Transportes estuda lançar um modelo alternativo para concessões de rodovias que são menos atrativas para o setor privado. O governo federal pode promover concessões patrocinadas, em que a União arcaria com os investimentos em obras e o setor privado apenas com a operação e manutenção das vias. Inédito no governo federal, esse modelo já foi adotado por alguns governos estaduais, como o de Minas Gerais. A ideia é viabilizar as concessões em rodovias com menos tráfego, nas quais o valor dos pedágios precisa ser elevado para remunerar o investimento do setor privado.

Shutdown
Governo publicou no Diário Oficial da União decreto com a nova programação orçamentária de 2015, com o cronograma mensal de desembolso e anunciando um contingenciamento da ordem de R$ 10 bilhões nas despesas do Orçamento. Este contingenciamento é semelhante ao "shutdown" (desligamento), algo semelhante a que o governo de Barack Obama, nos Estados Unidos, teve que enfrentar em 2011. O shutdown brasileiro ocorreu porque o governo foi orientado pelo TCU (Tribunal de Contas da União) a reestruturar as suas prioridades e face do ajuste fiscal. A sinalização já havia sido dada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em entrevista para o jornal O Estado de S. Paulo na última sexta-feira e foi confirmada no final do dia pelo governo.

Política e Economia
O economista para a América Latina do Banco Goldman e Sachs, Alberto Ramos, revisou a previsão para o PIB do Brasil em 2015, estimou ele que o mesmo deverá retroceder cerca de 3,6% em 2015 (com a previsão de demanda interna cair mais de 6% em 2015) e recuo de 2,3% em 2016 após os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou que a queda do PIB no terceiro trimestre de 2015 foi de 4,5% ao comparar com igual período de 2014. Depressão econômica é caracterizada por um estado agravado de recessão, ou seja, um longo período de desemprego em massa, falência de empresas, baixos níveis de produção e investimentos. No campo político, o Brasil está refém do PMDB. Enquanto não sair o Presidente Eduardo Cunha da presidência da Câmara dos Deputados e Renan Calheiros da Presidência do Senado Federal, a economia não irá retomar um rumo de crescimento e as incertezas quanto ao futuro somente aumentarão. A crise econômica existe de fato e é real no Brasil, mas a crise política precisará ser resolvida antes da crise econômica.

Adriano José da Silva
Professor Coordenador da Escola de Administração IMED

 

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