Com suor se ganha o pão
A proposta consumista de um mundo de facilidade, sobrepondo-se ao indispensável destino humano de lutas e conquistas, gerou um estado de perplexidade. A geração de acesso à comunicação e informação foi induzida a um processo de massificação pelo desfrute inadequado da cultura pronta e acelerada. Os meios disponíveis continuam úteis e necessários, mas não podem ser entendidos como única fonte de construção, sob pena de desconhecermos reais intenções ideológicas dos emissores dos dados. Uma das pregações ilusórias atinge frontalmente a formação do adolescente e do jovem. Na prática é o desdém pelo esforço pessoal, os desafios naturais que devem sedimentar a formação da personalidade do homem e da mulher. Diante de tantos produtos colocados à venda somos levados a acreditar que a dor e o sofrimento da humanidade podem ser afastados num passe de mágica. As modalidades de sucesso apresentam facetas maravilhosas, graças à modernidade. As bases da formação, experiências de educação e ensino, e costumes de raiz familiar, não podem ser jogados na hierarquia efêmera da virtualidade. Levar o jovem a abandonar etapa de sofrimento que a vida exige de qualquer principiante é a temeridade imperceptível que pode deixá-lo vulnerável à primeira decepção como adulto. Não se trata de afirmar que tudo o que é antigo é bom, mas a natureza do ser humano é soberana, e “a dor ensina a gemer”.
Milhões de mortos
As redes sociais refletem a eterna angústia do ser humano para vencer a morte. Nesse aspecto há igualdade insofismável. Como diz Sampedes, todos entendemos a morte perfeitamente, desde que seja dos outros! O fato é que 30 milhões de mortos têm suas imagens circulando no Facebook. Quer dizer, a imagem de falecidos ganha corpo virtual. Alguns por esquecimento e outros mediante ativação na rede, inclusive selfies de funerais, para homenagear entes queridos. Isso tudo significa quase nada, considerando que a morte é sempre certa e tem como pressuposto indeclinável, nada mais e nada menos que a própria vida.
Cunha e impeachment
Três momentos fragilizaram a política republicana. O primeiro foi o desgaste incontrolável patenteado no envolvimento de líderes governistas em gravíssimas denúncias de corrupção, especialmente a Lava Jato. O segundo momento, que parecia robusto com apoio popular contra o crime organizado nas estatais, esbarrou no oportunismo da oposição que atiçou tucanos à deposição da Presidente Dilma. Perdeu força porque também se enrodilhou nas denúncias e passou a se apoiar nas extravagâncias do deputado Eduardo Cunha, atolado até o pescoço em manobras escusas. E o terceiro momento também é decepcionante. O seguimento do processo de cassação do presidente do Congresso, por decoro parlamentar, vem mitigado pelo próprio PT que se mostra tíbio e faz do dever parlamentar o instrumento para negociar a não aceitação do impeachment. Tanto os tucanos como petistas parecem atuar com as mesmas moedas de troca. E parece que está definhando o último reduto de lealdade democrática aos foros de decência. As finanças do Estado, mais cedo ou mais tarde, serão resolvidas perante o potencial gigante que é o Brasil. O que fere e mata esperanças é a manobra de impunidade nos bastidores do Congresso. O povo está sedento por uma (derradeira) atitude partidária de honradez, seja qual for o desfecho no campo da compreensão ou das incompreensões. E tudo depende do PT.
Habemus arcebispo
O Papa Francisco acaba de nomear o novo arcebispo de Passo Fundo. É Rodolfo Luís Weber, gaúcho de 52 anos. A tarefa não é fácil para um bispo que deve ter identidade com seu povo, justamente num momento em que a realidade nos remete ao reiterado clamor pastoral “a messe é grande e os operários são poucos”. O novo prelado católico precisará muito da participação de todos.
Branquitude
Uma entrevista sincera e convicta está rodando os meios da comunicação do país, com informações e opinião da psicóloga judia, Lia Weiner. Na nossa modesta opinião é a mais abalizada análise sobre a questão racial, negritude e branquitude no Brasil e no mundo. Busca a verdade.