Isso é liberdade
Há milhões de opiniões a respeito do acatamento do pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Todas fundamentadas em teorias e razões próprias, as quais respeito integralmente. Mas, permaneço na minha lógica. Talvez não tão técnica quanto a de muitos, mas a partir de um olhar de quem acompanha a cena política há um certo tempo e aprendeu que alguns movimentos podem não ser o que aparentam ser. Repito o que escrevi ontem: ninguém está pensando no Brasil e vai sobrar para o marisco (leia-se povo). Há interesses maiores em jogo. O PMDB (partido aliado) começou o mandato descolado da presidente Dilma Rousseff. Assumiu o comando do Congresso e se posiciona, desde então, como a solução para um país sem rumo. O vice-presidente Michel Temer mudou radicalmente seu comportamento no atual mandato. Ou alguém lembra como foi sua atuação no primeiro mandato?
Usando a bomba
A Folha de São Paulo publicou ontem que Temer reuniu-se com cinco senadores, no começo da semana, para traçar estratégias com vistas a retirar a petista do comando do país. Usou o homem bomba do Congresso, Eduardo Cunha, para iniciar o propósito. Cunha não tem nada a perder. Temer tem tudo a ganhar. O PMDB já anunciou que formará uma força tarefa para garantir que o vice assuma a presidência e já iniciou a operação em torno de uma força de coalização para comandar o país. Detalhe: o processo de impeachment nem começou.
Compartilhamento
O presidente estadual do PSB, deputado Beto Albuquerque, que hoje é oposição ao governo, postou ontem nas redes sociais: “A questão é muito grave, muito. A crise, que já é grande, se aprofundará enquanto discutem quem mente mais, quem tem menos moral... E o Brasil? Esse eles seguem deixando de lado”.
Imprudência
Na avaliação do economista Luciano D’Agostini, pós-dourando em macroeconomia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), um possível processo dessa natureza é “imprudente” e as consequência vão “respingar no cidadão”.
Irreal
O desempenho positivo das bolsas e a queda do dólar, como reação ao cenário político, não é real. É uma movimentação natural de euforia do mercado diante de uma novidade. A tendência é de estabilização deste nervosismo nos próximos dias.