A carta de Temer
O vice-presidente e presidente do PMDB Michel Temer fez questão de sacramentar seu descontentamento com a presidente Dilma. E fez por escrito, ao assinalar consciência irretratável no desabafo mencionando a expressão “verba volant, scripta manent” (as palavras voam, a escrita permanece). Sua expressão está consignada estreme de qualquer análise que possa ensejar interpretação ruidosa quanto à serenidade de seu ato, pretendendo, com isso, eliminar entendimentos que pudessem ser lançados na conta da sempre ponderada emoção ocorrente no calor do debate. Fez questão de restringir-se aos termos, sem que sejam ampliados ou reduzidos. Ainda que a opinião possa divergir quanto às intenções políticas de Temer, o que ocorrerá implacavelmente, esse modo de se expressar guarda aspecto necessário ao resgate do verbo. Estabelece retomada de tom nos embates, acertos e desacertos da política. Salienta que o combate à mentira precisa de instrumentos da comunicação, e respeito à palavra. Logicamente a intenção e os fundamentos de tudo o que é dito ficam expostos ao julgamento do momento democrático e da própria história política.
Roupa suja
A Pátria gigante transformou-se no maior estendal do mundo com a erupção de denúncias de corrupção que parecem não acabar nunca. O volume de roupa suja é avassalador e já não se pode esconder o que vinha sendo uma grande ruptura contra a cidadania, contra o contribuinte, contra o povo. As duas principais operações policiais, Zelotes e Lava Jato mostram o rastro de destruição. Surge uma mentalidade mínima de expor ao crivo policialesco e judicial a crueldade de mandantes de poderes em prefeituras, órgãos públicos e privados, que deixam a população aflita pelos desvios de recursos. A roupa suja perplexa e revolta em casos mais graves, onde pessoas de elite, ou socialmente privilegiadas roubam descaradamente, como no escândalo das próteses, na adulteração do leite e outros alimentos, etc.
E a esperança
Então, com tanta maldade querendo virar moda a ponto de ousar ridicularizar as pessoas de bem, o que acontece em nome da regeneração? Parece-nos que nem tudo está perdido. Se olharmos para o passado não há dúvida em concluir que se acende um grande movimento de punição ou responsabilização pela primeira vez no país. O jornalismo e as instituições guardiãs da lei e da moralidade são chamados fortemente a permanecer em estado de alerta. Os órgãos policiais de investigação felizmente estão reforçados e surgiram as primeiras condenações de refinados usurpadores que ostentavam poder. Isso é inédito em nossa história. Os antros, que pareciam eternos e zombavam da honestidade, já sabem que a história mudou. Este é o sinal de esperança que faz estremecer o obscurantismo cruel de fortunas acumuladas com a exploração de um povo.
Adiamentos
A luta presencial e nos escaninhos da política partidária está travada. De um lado Eduardo Cunha agindo contra o relógio e querendo amordaçar a comissão de ética produzindo embaraços no poder que ele preside e ao mesmo tempo é acusado. De outro lado as forças governistas querendo resolver a gravidade do pedido de impeachment contra a presidente Dilma. Em ambos os casos o desfecho de julgamento político é inexorável. “Alia jacta est” (a sorte está lançada). Se o desfecho de julgamento de Cunha ocorrer antes, as tendências pelo impedimento de Dilma certamente serão abaladas. Caso contrário, “se foi o boi com a corda!”
Retoques:
- O combate ao terrorismo por mulheres curdas apresenta arma curiosa. O terrorista que for morto por mulher não será aceito por Alá. Este é o único temor do terrorista islâmico.
- Por outro lado o Coral Ricordi D’Itália de Passo Fundo realiza maratona de cultura e arte na comunidade, neste final de ano. Em meio à positiva agitação, a presidente da entidade Glaci Bortolini mantém uma equipe ativa, com a maestrina Teresinha, a pianista Márcia e músicos que se dedicam com amor ao coral.