O final de ano já está ai e, apesar dos percalços de 2015, o comércio já se prepara para as vendas de presentes e gêneros alimentícios. Se a crise levou muitas pessoas ao desemprego ou mesmo a ter de agradecer a estabilidade de ser um servidor estadual, mesmo com os parcelamentos do salário, as expectativas até podem ser consideradas otimistas. A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Passo Fundo, por exemplo, estima um crescimento de vendas de 1% a 2% em relação ao ano passado. O percentual é parecido com o estimado pela Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) que prevê um crescimento de 1,2% nas vendas de final de ano. Parece pouco, mas todo incremento de vendas em tempos de crise é bem vindo.
O presidente do Sincogêneros de Passo Fundo Celso Marcolan destaca que tem se observado que as pessoas ainda estão dando valor à qualidade dos produtos escolhidos para a ceia de Natal e Réveillon. Para equilibrar a conta, acabam levando algumas coisas a menos. “O cliente não abre mão da qualidade. Ainda prefere pagar um pouco mais caro e levar algo melhor que acaba compensando o investimento”, explica sobre os gêneros alimentícios e bebidas para as festas. Para sair na frente da concorrência, muitos supermercados apostarão em promoções de aves e outras carnes, refrigerantes e outras bebidas.
No Estado, o setor supermercadista projeta atingir, com a comercialização de produtos para as ceias de Natal e de Ano Novo e de presentes de menor valor agregado, um crescimento real de 1,25% nas vendas de fim de ano, na comparação com as festas do final do ano passado. A estimativa é da Agas por meio de estudo encomendado ao Instituto Methodus. Segundo a pesquisa, cada gaúcho projeta gastar em média R$ 315,22 em presentes e R$ 345,09 em produtos alimentícios, decoração e bebidas para as festas.
Um dos dados positivos da pesquisa da Agas mostra que 87,5% dos gaúchos pretendem comprar presentes neste Natal. Entre os consumidores que vão adquirir presentes, 74,3% vão contemplar crianças, mostrando o crescimento do poder de decisão do público infantil no resultado das datas festivas.
A pesquisa mostra ainda que 93,7% dos consumidores pretendem comprar produtos para as ceias de Natal e Ano Novo nas lojas do segmento. Em uma questão de múltipla escolha, os entrevistados foram convidados a marcar os itens que irão certamente adquirir nas festas de fim de ano em supermercados. O grande líder de procura deverá ser o refrigerante.
Espumantes X cervejas
Uma das curiosidades apontadas pela pesquisa diz respeito ao consumo das bebidas nas festas. A concorrência das cervejas artesanais refreará o crescimento dos espumantes no Natal. No entanto, no Ano Novo a bebida será item indispensável para as comemorações. A expectativa de crescimento dos supermercados nesta categoria é de 4%, com a comercialização de 4,8 milhões de garrafas – 95% delas produzidas na Serra Gaúcha. No réveillon deste ano, os filtrados e sidras perderão espaço para espumantes de maior valor agregado.
Preços
Em média, os preços dos produtos típicos das festas estão 8,5% superiores aos praticados no ano passado, de acordo com a pesquisa Methodus. O principal “vilão” será a carne bovina, com aumento médio de 12,5% nos preços. Puxados pela alta do dólar, os brinquedos vêm logo em seguida entre os itens que mais subiram (+11%), seguidos pelos vinhos importados (10,8%) e pelos refrigerantes (9,1%).
Encomendas de assados
Seguindo o ritmo dos demais segmentos, os estabelecimentos comerciais que trabalham com produtos prontos para a ceia e para o réveillon, como carnes assadas, também apresentam otimismo. De acordo com Levington Lazzaretti, proprietário de uma casa de carnes no Bairro São Cristóvão, as pessoas realmente não estão abrindo mão da qualidade na hora de escolher os produtos para as festas de final de ano. Ele destaca que neste ano há um comportamento diferenciado dos clientes, várias pessoas já estão com as encomendas feitas. Mesmo assim, o empresário considera um pouco cedo para se ter uma avaliação mais precisa da movimentação.
Lojistas
O setor lojista mantém a expectativa de crescimento nas vendas de 1% a 2 % em comparação ao ano passado. “Ninguém deixa de presentear quem ama, seja com presentes de maior ou menor valor, as pessoas têm um estímulo a mais para ir às compras nesse período”, destaca o presidente da CDL Agadir Stramari enfatizando que o 13º salário é um fator que contribui para que as vendas aumentem na época. A entidade ainda está com a campanha Natal dos Sonhos da CDL que busca oportunizar aos clientes preços e condições favoráveis de pagamento para que o consumidor possa presentear quem ama e realizar os sonhos de Natal.