Principal estratégia é a mobilização da comunidade

Melhor forma de combater o mosquito e barrar entrada da doença no município é cada uma fazendo a sua parte para evitar criadouros

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Agentes seguem realizando o trabalho nas residênciasAgentes seguem realizando o trabalho nas residências
Agentes seguem realizando o trabalho nas residências
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Evitar criadouros do mosquito Aedes aegypti é a melhor forma de evitar que o município, e todo o estado, venham a enfrentar problemas com o zika vírus como vem acontecendo em vários estados brasileiros. Apesar não não haver registro de casos no Rio Grande do Sul, a orientação é de continuar no combate ao mosquito.
O secretário municipal de Saúde, Luiz Artur Rosa Filho, que participou nesta quarta-feira (9) do seminário estadual que abordou as estratégias de enfrentamento à questão da proliferação do vírus zika no país e do aumento dos casos de microcefalia em bebês, avalia que o momento é de reforçar o trabalho de educação e mobilização da população. “O município e o estado não conseguem combater o mosquito sozinhos. O desafio então é manter a mobilização social”, salienta.
De acordo com ele, hoje deve ser realizada uma reunião interna dos setores da Saúde para definir as formas de melhor trabalhar estes conceitos com a população. Uma delas, adianta, é gerar informações sobre o tema pelo menos uma vez por semana. “Teremos que trabalhar com este enfoque de comunicação, de informação, para que as pessoas entendam a importância de cada um tomar a atitude dentro da sua casa”, ressalta o secretário.
De acordo com o Levantamento Rápido para Índices de Aedes aegypi (LIRAa) para Passo Fundo, o índice de infestação do município é de 0,7, o que quer dizer que em cada 100 residências 0,7 (menos de uma) estão com a presença do mosquito, conforme informa o setor de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde. O maior número do total de 606 focos de Aedes aegypti e 176 de Aedes albopictus encontrados no município estão nos bairro Vila Luiza (130 focos) e Lucas Araújo (73 focos).

Boletim epidemiológico

No último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde havia 1.761 casos suspeitos de microcefalia, em 422 municípios de 14 unidades da federação. Neste período, o estado de Pernambuco registrou o maior número de casos (804). Em seguida estão os estados de Paraíba (316), Bahia (180), Rio Grande do Norte (106), Sergipe (96), Alagoas (81), Ceará (40), Maranhão (37), Piauí (36), Tocantins (29), Rio de Janeiro (23), Mato Grosso do Sul (9), Goiás (3) e Distrito Federal (1).
Entre o total de casos, foram notificados 19 óbitos, nos estados do Rio Grande do Norte (7), Sergipe (4), Rio de Janeiro (2), Maranhão (1), Bahia (2), Ceará (1), Paraíba (1) e Piauí (1). As mortes foram de bebês com microcefalia, e suspeita de infecção pelo vírus zika. Os casos ainda estão em investigação para confirmar a causa dos óbitos.
No Rio Grande do Sul, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) esclarece que até o momento não foram registrados casos confirmados do vírus zika. Desde do início do ano foram notificados cinco casos suspeitos, sendo que três deles já foram descartados. Dois seguem em investigação, com os exames laboratoriais já enviados para análise no laboratório Evandro Chagas, no Pará. Os dois – um de Porto Alegre e outro do Interior – são suspeitas de casos importados, ou seja, de pessoas que podem ter sido contaminadas fora do RS.

Plano Nacional

No dia 5 de dezembro foi lançado o Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia. Trata-se de uma grande mobilização nacional envolvendo diferentes ministérios e órgãos do governo federal, em parceria com estados e municípios, para conter novos casos de microcefalia relacionados ao vírus zika. O Plano é resultado da criação do Grupo Estratégico Interministerial de Emergência em saúde Pública de Importância Nacional e Internacional (GEI-ESPII), que envolve 19 órgãos e entidades.
O plano é dividido em três eixos de ação: Mobilização e Combate ao Mosquito; Atendimento às Pessoas; e Desenvolvimento Tecnológico, Educação e Pesquisa. Essas medidas emergenciais serão colocadas em prática para intensificar as ações de combate ao mosquito.
Com o crescente número de casos de microcefalia no país, o Ministério da Saúde declarou, no mês passado, Situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional no país.

Medidas de prevenção contra o mosquito

Atualmente o Rio Grande do Sul apresenta 168 municípios considerados infestados pelo Aedes aegypti. No combate a ele, a população pode adotar alguns cuidados simples em suas casas e pátios, com o objetivo de diminuir e evitar potenciais recipientes para o desenvolvimento das larvas do inseto. Deve-se, principalmente, evitar o acúmulo de água parada, que é onde o inseto se reproduz. Entre as principais recomendações, destacam-se:

- Tampar caixas d'água, tonéis e latões
- Guardar garrafas vazias viradas para baixo
- Guardar pneus sob abrigos
- Não acumular água nos pratos de vasos de plantas e enchê-los com areia
- Manter desentupidos ralos, canos, calhas, toldos e marquises
- Manter lixeiras fechadas
- Manter piscinas tratadas o ano inteiro

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