Banco de Córneas do HSVP realizou 500 transplantes

Em 2014 foram realizadas 17 captações de tecido ocular e 58 transplantes de córnea

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Banco de Tecido Ocular Humano possui uma estrutura de ponta e profissionais preparadosBanco de Tecido Ocular Humano possui uma estrutura de ponta e profissionais preparados
Banco de Tecido Ocular Humano possui uma estrutura de ponta e profissionais preparados
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Com o intuito de otimizar o processo de doação de córneas, em 2012, o Hospital São Vicente de Paulo iniciou as atividades do Banco de Tecido Ocular Humano (BTOH), conhecido como Banco de Córneas. Com instalações físicas apropriadas, recursos humanos especializados, equipamentos e técnicas de ponta, o Banco de Tecido Ocular Humano realiza triagem clínica, laboratorial, sorológica dos potenciais doadores de tecido ocular, coleta, identificação, processamento, avaliações e distribuição da córnea para transplante. Em 2014 foram realizadas 17 captações de tecido ocular e 58 transplantes de córnea. Até novembro deste ano foram feitas 22 captações de tecido ocular e 59 transplantes de córnea.

O oftalmologista e diretor técnico do BTOH, Dr. Eduardo Ventura ressalta que a trajetória do HSVP na captação e transplante de córneas iniciou antes da implantação do banco. Desde 1998, equipes multiprofissionais já atuavam na área, possibilitando a realização de mais de 500 transplantes de córnea. “O Banco de Tecido Ocular Humano se caracteriza por ter instalações técnicas dentro de hospitais gerais, que tem por meta captar o tecido, fazer os exames para selecionar a córnea e o processamento, para que esse tecido seja armazenado e posteriormente encaminhado para o transplante”, explica Ventura.

O especialista informa que a córnea é um tecido avascular, localizado na parte anterior do olho. É um tecido transparente que se for acometido por doenças necessita ser transplantado. “O ceratocone é uma das principais causas de indicação de transplante de córnea, além das úlceras de córnea, infecções por bactérias e fungos, traumas que causam cicatrizes, doenças degenerativas, entre outros. Na maioria dos casos, o transplante traz a visão de volta, permitindo às pessoas fazer as atividades diárias e levar uma vida com mais qualidade”.

Menos filas, mais transplantes
No mês de setembro, o estado do Rio Grande do Sul zerou a fila de transplantes de córnea. Segundo Ventura, isso se deve a uma mudança no sistema e ao tempo de armazenamento do tecido ocular, que é de 15 dias. “O transplante pode ser realizado dentro desses quinze dias, o que facilita muito, tanto que não temos filas no estado. As pessoas que necessitam são encaminhadas para a lista e depois para o transplante”, salienta. Além disso, o especialista destaca que o tecido ocular pode ser retirado até seis horas após o diagnóstico de morte encefálica ou morte por outras causas. “O processo para a retirada e transplante das córneas é o mesmo de outros tecidos, sendo necessário autorização de um parente de primeiro grau. Tudo é acompanhado pelas equipes especializadas. Por isso, também é fundamental manifestar em vida o desejo da doação”.

O oftalmologista avalia ainda como positiva a atual situação dos transplantes no país. “Dos transplantes, o de córnea é o que mais se desenvolveu ao longo dos anos. Hoje, captamos córneas aqui e encaminhamos para outros lugares com necessidade maior. O Rio Grande do Sul pode se dar ao luxo de dizer que essa tecnologia pode ser exportada. Além de que, as várias técnicas disponíveis tornaram os transplantes mais seguros, diminuindo a incidência de rejeição”, pontua Ventura, reiterando que é importante que as pessoas conheçam e se informem sobre a existência do Banco de Córneas, doação de órgãos e transplantes.

Transformando vidas
Elisandra Batista da Silva, 35 anos, mãe de dois filhos, de Passo Fundo, realizou um transplante de córnea no último dia 30 de novembro. Ainda se recuperando, ela conta que já percebeu a diferença e que o transplante mudou sua vida. “Eu tinha ceratocone e quase não enxergava. O transplante foi muito rápido e tranquilo, já percebo a diferença. Mudou muito a minha vida, porque sei que não vou mais precisar de lentes, vou poder retornar as minhas atividades, com mais qualidade de vida e enxergando melhor”, conta Elisandra, incentivando ainda a doação de órgãos. “A doação de órgãos mudou a minha vida, assim como pode transformar a de muitas pessoas. É importante se informar e manifestar o desejo para a família”.

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