Reciclando a vida

Celebração de Natal do Projeto Transformação reuniu a comunidade, no sábado, 19, em agradecimento ao ano que passou

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Cerca de 60 crianças participam, diariamente, do Projeto TransformAçãoCerca de 60 crianças participam, diariamente, do Projeto TransformAção
Cerca de 60 crianças participam, diariamente, do Projeto TransformAção
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A proposta da Celebração de Natal do Projeto TransformAção em Arte que aconteceu na tarde de sábado, 19, foi além da recordação do nascimento de Jesus Cristo e se concentra no desejo de reciclar a vida diante da chegada de um novo ano. Através de uma missa, celebrada na paróquia Santa Terezinha, as 60 crianças atendidas diariamente pelo projeto apresentaram à comunidade o resultado das oficinas ministradas e agradeceram pelas conquistas do ano que passou.

Presidida pelo Pe. Wilson Lill, a celebração teve como tema central “Reciclar a Vida” e foi toda desenvolvida através de apresentações de dança, percussão e capoeira que envolveram as crianças do Projeto e os monitores que as orientam. “A celebração de Natal do Projeto TransformAção, junto com a comunidade da Santa Terezinha, é sempre um momento forte de diálogo, onde as crianças rendem graças por tudo aquilo que receberam de Deus, através das pessoas”, explica o padre. Se, de um lado, crianças dançaram os versos de “Quero ver” e anunciaram a chegada de um pequeno Menino Jesus, do outro, a intensidade da percussão deu o ritmo para a celebração. O encerramento veio com a capoeira e a disciplina que o jogo carrega. “Através da capoeira tomam consciência de que o corpo não é um mecanismo de agressão, mas é o melhor instrumento de diálogo. Na percussão eles buscam a harmonia já que são as músicas e batidas diferentes que fazem a harmonia e assim também é no nosso dia-a-dia. Na dança, as crianças desenvolvem a sensibilidade para o cuidado de si, das suas coisas, na rua e na sua casa. Então eles saem de uma situação de agressão para uma relação gostosa e sadia”, destaca.

A dedicação das crianças em aprender cada novo gesto ou batida é o que motiva a, no fim de cada ano, agradecer. “E hoje, então, celebramos o Natal que é sempre a reafirmação de que a vida se recicla. Não basta recordar que há dois mil anos Jesus nasceu; isso o Google sabe melhor do que nós. Não é preciso ter fé, não é preciso ter Igreja ou comunidade para recordar e pesquisar a história. Nós não queremos apenas recordar. Queremos reciclar a nossa vida”, declara. Para o Pe. Wilson, o projeto TransformAção garante uma vida mais digna não só para as crianças que participam, mas para a sociedade na qual elas estão inseridas. “ Uma grande porcentagem dessas crianças teriam uma grande probabilidade de ir para a marginalização. Quem colabora com esse projeto, faz o maior investimento da sua vida, porque essas crianças tomaram desenvolvimento do corpo, criaram sensibilidade e desenvolveram a harmonia e, por isso, estão preparadas para interagir na sociedade”, conclui.

Para a Irmã Inês Sartori, coordenadora do projeto há sete anos, a celebração é sempre um momento de agradecer a ajuda de quem, durante o ano, dedicou um pouco do seu tempo para que o projeto pudesse se desenvolver. O resultado, para ela, está na açõ de cada criança. “É um projeto que iniciamos com 5 crianças. Hoje temos 57 crianças que, diariamente, participam com a gente. 15 alunos já estão trabalhando nas empresas, ganhando seu pão e realizando seu sonho e ajudando sua família. Temos outros 13 esperando vaga. O projeto já é sólido na cidade porque a sociedade já abriu o seu coração para ajudar essas crianças. Estamos lutando. Não é um projeto assistencialista, mas um projeto que ajuda os jovens a buscarem o caminho da sua felicidade através do trabalho”, enfatiza.

Sobre o projeto TransformAção
Desde 2007, o Projeto TransformAção beneficia recicladores e suas famílias, na intenção de promover melhor qualidade de vida e trabalho para os mesmos. Com a proposta de amparar os filhos dos trabalhadores da reciclagem e demais crianças e adolescentes da Vila Popular, surgiu, em 2009, o TransformAção em Arte que, desde então, executa ações de promoção social, beneficiando famílias moradoras do bairro. Voltado principalmente à formação e educação de jovens em situação de risco social, a ação oferece atividades lúdicas e oficinas em turno inverso ao das aulas, colaborando assim no bem estar e no desenvolvimento de crianças e adolescentes na faixa etária de 5 a 15 anos. Entre as atividades oferecidas estão capoeira, dança, percussão, inclusão digital e reforço escolar. As atividades acontecem diariamente em uma sala especial anexa ao pavilhão onde atua a Associação Amigos do Meio Ambiente, a AAMA, localizado na rua Havaí, 99, esquina com Capitão Aguiar, a uma quadra da rua Ângelo Preto, na Vila Popular. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (54) 3045 1262.

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