Uma das maneiras para reconhecer se o ano que finda foi bom ou não é relembrar aquilo a que nos propusemos fazer ao término do ano passado. Eu, por exemplo, prometi-me a estudar francês e inglês uma hora por dia, prometi a voltar a aprender tocar sax. No sax nem cheguei perto, ao estudo de francês apenas dei início. Em compensação avancei no estudo do inglês, não desisti de malhar na academia e aprofundei meus estudos espíritas tentando conciliá-los no sentido de menos divinização e mais ciência quântica, afinal sou médico e dependo de apoio da ciência para o desenvolvimento de minhas atividades profissionais. Também fiquei feliz pelo número de pessoas que vieram procurar minhas palavras para momentos ruins de cada um.
Desalento é a melhor palavra para definir quando pensamos na política e na economia do nosso país. Ontem convenci minha mulher para sair e jantar e ela disse: qualquer coisa menos pizza. É, nem sempre apreciamos pizza, mas estamos sentindo um cheiro dela nesses arranjos politiqueiros que protegem a escumalha. Vejam: nomeações, jogos de xadrez no interesse privado, cartas marcadas. Estou me guardando prá quando o carnaval chegar, diz Chico. Aí vai ter pizza ou estou muito enganado.
Não sai das nossas memórias a foto daquele garotinho refugiado morto na praia, gente que sofre e que quer viver num mundo legal, sem guerras e sem massacres. Como poderia ser um ano bom com fotos de crianças mortas. Não sai dos meus pensamentos gente distante que se foi como o eclético Luís Carlos Miéle e a atriz Marília Pera e também dos amigos próximos que morreram esse ano. Ano triste para muitos, ano ruim, ano de esquecer.
Aqui na terra, capital do mundo, aí está o estádio do Gaúcho, a revitalização da Gare, o início da urbanização da Avenida Rui Barbosa e da baixada da Vergueiro, o estabelecimento em fase inicial da Universidade Federal no antigo quartel do exército. Recebemos prêmios como destaque nacional em saúde, estabelecemos avanços na Imed e Fasurgs, universidades importantes que ajudam a transformar a Chicago dos Pampas na terra da cultura. Perdemos temporariamente a Jornada da Literatura, mas ela voltará adequada à realidade financeira.
Nas nossas casas, que é o que interessa para se saber se o ano foi bom ou não, continuamos a luta de sempre. Para pais que têm filhos adolescentes o dia nunca tem só 24 horas. Como maridos-maridas um beijo na boca responde a tudo. Um brinde deve ser erguido pelo cronista a seus queridos leitores desejando que a gente prometa somente as coisas que pudermos executar, as coisas factíveis de serem desenvolvidas. Bom você para o próximo ano e aí será um bom ano para você.
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