Essa crônica foi escrita para mim e para ti, cidadão comum, continuamente submetido a intempéries do dia-a-dia. Foi escrita para ti porque foi pensada subjetivamente em mim, porque queria ter ouvido essa mensagem em algum momento de minha vida. Vem da alma e do coração e sai para a escrita endereçada ao herói do cotidiano.
Meu filho Ramon estranhava ser banco no time de futsal do Colégio Conceição. Borin, Luan e Guto, que também jogavam pela Semeato, não treinavam regularmente com os demais craques da escola e eram escalados no time titular. A lógica dos garotos é simples: treinar = jogar. Grilo, o treinador, queria vitórias e escalava os melhores, meu filho era banco. Um dia mostrei que Tite , capitão da UPF/Zamil, era banco. Nem sempre o capitão do time está à vista, muitas vezes brilha nos bastidores e cria condições para que outros desempenhem. É como os demais trapalhões faziam para Renato Aragão brilhar. Capitão é resiliente, compreensivo, altaneiro, trabalha para a equipe, raciocina pelo bem comum. Mas, jamais se acomoda, pensa junto com o chefe e busca continuamente soluções e alternativas.
Essa crônica também é para ti que chora escondido, que se estressa pelos outros, que coleciona noites mal dormidas. Essa crônica é para quem luta pelos demais, mesmo quando eles não percebem isso tudo. Essa crônica é para ti, herói quase anônimo, que mantem a calma no momento em que todos enlouquecem. A dor das perdas é solitária, o capitão guarda-a no íntimo de sua alma. No luto mostra um misto de serenidade com resignação, tenta compreender os desígnios da divindade. Capitães agem assim porque estão num degrau superior. O capitão sabe que a vida é um jogo de perde-ganha, nem sempre vai vencer, nem sempre vai perder. Por isso mesmo é contido, nem se esbalda e nem se desespera. Usará o beneplácito da mansidão ao comentar qualquer resultado.
2016 é o teu ano de capitão, se é que o ano que findou e os outros tantos já não o foram, ano do protagonismo disfarçado de coadjuvância deliberada, ano de emprestar suporte para que teus companheiros de jornada atinjam resultados bacanas. Os homens verdadeiramente superiores conseguem baixar os olhos para que os outros não tenham que baixá-los, deixam escapar a vitória algumas vezes para agraciar ao outro seu momento de magia, o capitão transcende, nasceu para isso. Um capitão de verdade forma e lapida outros capitães.
Esse é o ano de ti, ser coberto da magia da energia pura, bólido capaz de arrancar sorrisos, de plantar esperanças, para ti cuja ausência é irremediável e cuja presença é escancaradamente festejada. É o ano para ti que mastiga tijolo para servir papinha, que não descansa enquanto não atinge o bem comum, é um ano para ti super-herói do cotidiano.
Esse é o ano para ti, capitão, ano de demonstrar que o amor de Deus é possível para a gente comum como nós, capacitados à sublimação. Esse é o ano de se mostrar a que se veio, ano de olhar para a braçadeira e de beijar o escudo da dignidade, a insígnia designada a quem nasceu como tu para ser capitão. O mundo sente falta de gente como tu.
O signatário deseja a seus leitores a honradez do uso da braçadeira e lucidez a ti que foi escolhido a dedo para ser capitão, o capitão da tua família.
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