Entre 12 irmãos, dois padres e uma religiosa. “Nossa vocação nasceu no mesmo ninho, no ambiente de Sertão. Nós morávamos ao lado da Igreja e éramos muito ligados à vida do padre e a sua presença nas capelas e nas famílias. Foi ali que surgiu nosso desejo de ser padre”, narra com emoção dom Ercílio, lembrando o caminho percorrido pelos dois irmãos.
Este mês, dom Pedro Ercílio Simon e padre Irineo Idaldo Simon celebram 50 anos de sacerdócio. Os dois foram ordenados juntos em Santo Ângelo, no dia 12 de dezembro de 1965. Este mês, dom Ercílio também comemora seus 25 anos de ordenação episcopal, ocorrida em 30 de dezembro de 1990.
Atualmente, os dois irmãos residem juntos da Casa do Clero, no Bosque Lucas Araújo, em Passo Fundo.
Dom Ercílio: Padre e Arcebispo
“Quando eu digo que passei por quase todas as responsabilidades na arquidiocese, eu estou falando a verdade”. Entre formador dos seminaristas, animador vocacional e coordenador de pastoral, dom Ercílio cursou, a pedido de dom Cláudio Colling, agronomia, a fim de garantir uma presença qualificada no meio rural. “Eu costumo dizer que plantei o diploma de agrônomo e ele não brotou”, brinca o arcebispo emérito.
Além de fundador e professor do Instituto de Teologia e Pastoral – ITEPA, dom Ercílio é um dos responsáveis pelo início da Romaria de Nossa Senhora Aparecida, que começou em 1980, quando ele residida no Seminário.
Em 1990, dom Ercílio assumiu como bispo coadjutor de Cruz Alta e em 1995, como bispo diocesano de Uruguaiana, onde ficou até 1998, quando retornou para assumir a então Diocese de Passo Fundo. “Em Uruguaiana eu já estava com 50 e poucos anos e pensava que ia me ajeitar por lá. Via as criptas em baixo da catedral e pensava que meu lugar ia ser lá”, comenta o arcebispo.
Em Passo Fundo, dom Ercílio ficou cerca de seis meses como coadjutor de dom Urbano e em seguida assumiu como bispo diocesano. De 1998 a 2012, ele governou a diocese e a viu ser elevada a arquidiocese, em 2011. “Nunca neguei nada na vida. Todos os pedidos que me fizeram, sempre aceitei”, aponta
Afirmando que agradece a Deus por ter tido a coragem que precisava para renunciar quando a saúde já não lhe permitia continuar, o arcebispo olha com carinho o caminho percorrido. “Sonho com o mundo em que não haverá mais choro, nem haverá mais sofrimentos e a morte será vencida. Espero ser recebido pelos milhares de irmãos e irmãs que batizei nestes 50 anos de sacerdócio e pelo exército de mais de 100 mil pessoas que crismei nos 25 anos como bispo”, finaliza dom Pedro Ercílio Simon.
Padre Irineo: 40 anos como padre Palotino
Era 1949 e Irineo Idaldo Simon tinha apenas 11 anos. Apesar da pouca idade, a decisão era clara: queria ser padre Palotino. Após uma missão da congregação em Sertão, o pequeno partiu para Vale Vêneto, ainda para concluir o Ensino Fundamental.
Após a formação e a ordenação, padre Irineo trabalhou especialmente no Paraná e no Mato Grosso do Sul. Depois de atuar mais de 40 anos como padre Palotino, o sacerdote viu a necessidade de voltar a Passo Fundo, a partir da isquemia e das dificuldades de saúde de dom Ercílio. Neste tempo em que está aqui, o presbítero atuou como pároco das paróquias Nossa Senhora de Fátima e São Judas Tadeu, em Passo Fundo.
Para o futuro, padre Irineo aponta a necessidade de um olhar atento ao cultivo da fé e da espiritualidade. “Me parece que são tempos diferentes, mais difíceis. Nós precisamos enfrentar o desafio de evangelizar e provocar um compromisso maior do povo com a Igreja. Tenho a impressão que as coisas estão esfriando”, conclui o sacerdote.
Missa solene e posterior confraternização acontecem neste sábado, 2, na Paróquia Sagado Coração de Jesus.