# Ouço uma enquete em que o repórter pergunta sobre o que se esperar de 2016. A maioria esboça expectativas e esperanças. Talvez deva ser lógico estabelecer o quanto vai depender da gente o resultado final. Tal qual uma empresa a gente deve saber qual é o nosso negócio, missão e quais são os nossos valores. Os valores podem ser honestidade, integridade, humanidade, enfim. Se a gente realizar a missão sem abdicar dos valores a ano será pródigo.
# Uma mulher entra na casa espírita e me diz: vim em busca de respostas. Digo, candidamente, que veio ao lugar errado. A resposta mora dentro de cada um. O melhor que podemos fazer é ouvir e passar energias boas, luz para que cada um se descubra. Lembro de uma passagem do inigualável Chico Anísio: ele tinha um personagem chamado Profeta, cujas palavras eram buscadas no Acendedor (Seicho-no-ie). Um homem relata que sua esposa está receosa porque ele está dando ouvidos a um sem caráter que dera golpes e que agora, arrependido, quer retomar vínculos. O Profeta pede ao homem que misture meio copo de água suja em meio copo de água limpa e tome. O homem diz: mas, Profeta, a água continuará suja. O Profeta diz então: misture meio copo de água limpa em meio copo de água suja. O homem retruca: a água permanecerá suja. Então, o Profeta conclui: beije muito a sua mulher, é uma mulher com visão. É como Djavan, na música Se: quando é assim, deixa vir do coração. Muitas respostas que procuramos em qualquer lugar habitam dentro dos nossos corações e mentes. Esteja sempre de bem como esses dois.
# Gleno Pereira de Souza foi sargento temporário em Passo Fundo entre os anos 1977-1982 quando mudou-se para o Rio. Fomos companheiros de república e de algumas aventuras. Ele me ligou e perguntou se eu tinha boa memória. Respondi: 4409, que era a placa de flamante Maverick branco em que a hora que você entrasse nele estaria tocando a música Mississipi do grupo Pussycat. Sentamos lá no Boka acompanhados de Tadeu Pereira e Cesar Benck e colocamos a vida em dia. Há mais de doze anos não nos víamos. Recordamos uma montanha de agradáveis momentos. No Rio, ele fez Publicidade e Propaganda e teve algumas cadeiras a companhia de Xuxa Meneghel. Morou no mesmo prédio de Edson Celulari e Claudia Raia, quando ainda eram um casal. Fez estágio na Globo e segredou algumas coisas absolutamente impublicáveis. Melhor assim, ficar na ilusão sobre nossos “artistas”. É como futebol, se vamos deliberar sobre os bastidores e negociatas envolvendo arranjos, técnicos, atletas, procuradores, dirigentes e jornalistas nunca mais assistiremos a nada. No dia seguinte ao encontro, deu-me vontade de ligar e agradecer ao amigo Gleno. Ele permanece o mesmo menino: íntegro, humano, solidário. O tempo e a distância são incapazes de empalidecer as verdadeiras amizades. Não se martirize se não conseguires voltar a toda hora, caro Gleno. Os amigos nunca se despedem.