Aumentam casos de contaminação gastrointestinal por vírus e bactérias

Pessoas devem estar atentas à qualidade dos alimentos e da água ingeridos, além das condições de locais de banho, especialmente praias, rios e lagos

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Os hospitais de Passo Fundo registram um aumento no número de contaminações gastrointestinais por vírus e bactérias tanto em adultos quanto em crianças. Apesar de ser comum esse aumento no verão, alguns cuidados podem ajudar a diminuir as chances de ter as férias estragadas por sintomas nada agradáveis causados por esses agentes. Com as frequentes informações sobre praias inadequadas para banho, restaurantes com alimentos mal acondicionados, os cuidados devem ser redobrados. Apenas no Hospital da Cidade (HC), o aumento de casos varia entre 30% a 40% a mais no atendimento de adultos com esses sintomas e de 50% a 60% a mais em crianças.
O chefe da emergência do HC, Rodrigo Latuada, explica que vários são os fatores que favorecem a contaminação durante o verão. As pessoas frequentam mais piscinas, praias, rios e lagos, muitos dos quais não apresentam indicação se qualidade da água é própria para banho ou não. O consumo de água e alimentos armazenados de forma inadequada também favorecem a contaminação. O risco de afogamento é outra preocupação, principalmente em locais onde não há sinalização de áreas de banho ou salva-vidas.
As contaminações mais comuns registradas são por rotavírus e pela bactéria Escherichia coli. Os sintomas são parecidos, geralmente náuseas, vômito, diarreia e dor abdominal. Latuada explica que é indicado que as pessoas procurem um médico quando apresentarem esses sintomas para a indicação de tratamento mais adequado, que normalmente são apenas para controlar os sintomas e evitar a desidratação. As pessoas devem seguir a orientação do médico especialmente com relação aos alimentos que devem ser evitados por poderem aumentar a ocorrência de diarreia e piorar a situação.
O médico alerta ainda que serviços de emergência devem ser procurados também quando a pessoa apresentar febre, dor abdominal, mais de 15 episódios de diarreia, diarreia com muco ou com sangue. Esses são sinais de que a contaminação pode ser causada por uma bactéria e não por um vírus. “A maioria dos casos atendidos são de virose mesmo que com tratamento sintomático, hidratação e alimentação adequada os sintomas em cinco ou sete dias desaparecem. Poucas pessoas precisam de internação e tratamento com antibiótico”, pondera.

Prevenção
As orientações para prevenir possíveis contaminações por vírus e bactérias são simples, mas valem ser lembradas. Latuada destaca o cuidado ao se alimentar para não ingerir alimentos ou tomar água sem saber a procedência, nem tomar água sem ferver ou que não tenha procedência legal. A lavagem das mãos especialmente quando vai se manipular alimentos ou quando for ter contato com as crianças. Em relação à praia ou outros locais de banho, a orientação é não entrar em contato com a água quando há indicação de interdição ou de local impróprio para banho. “Não são apenas doenças gastrintestinais que podem ocorrer, também podem ocorrer doenças de pele”, alerta o médico.

Cuidado com as crianças
A pediatra e neonatologista e chefe da CTI Neonatal e Ucinco do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) Jaqueline Cabeda explica que todos os fatores de risco atingem também as crianças que estão mais vulneráveis a algumas dessas contaminações. Além das infecções intestinais são comuns as amigdalites virais que causam bastante febre. A orientação é para que os pais cuidem os alimentos que as crianças irão ingerir, se estão armazenados adequadamente, a higiene no preparo e se foram bem cozidos. Também é indicado o consumo de líquidos para evitar desidratação e cuidados na exposição ao sol. Nas crianças o vômito e a diarreia podem levar a casos de desidratação mais facilmente.

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