A esteira da Central de Triagem e Transbordo de Resíduos Sólidos Urbanos de Passo Fundo está danificada. Os trabalhadores da Associação dos Recicladores de Bela Vista (Recibela) estão parados há cerca de cinco dias. Além disso, a empresa contratada pela Codepas para fazer a destinação final e o transbordo das mais de 140 toneladas de lixo produzidas diariamente no município está com dificuldade para executar o serviço. Muitos resíduos estão acumulados no local.
A Central de Resíduos Sólidos recebe todo o lixo produzido no município em Passo Fundo. No local é realizada a triagem e seleção dos resíduos pelos recicladores da Recibela. De acordo com o coordenador de atividades da associação, Nelson Ramos, a esteira de triagem está danificada desde segunda-feira (11) e a falta de manutenção do equipamento é uma dificuldade constante. “Estamos tendo muita dificuldade. A Codepas não realiza a manutenção como deveria e não contrata pessoas especializadas para fazer o conserto. Chamaram umas pessoas para consertar na segunda-feira que não são capacitadas. Na terça-feira, a esteira apresentou problemas novamente. Na quinta-feira vieram de novo. E até agora nada. Ganhamos por quantidade de lixo reciclado e estamos sem trabalhar”, explicou Ramos.
Atualmente, a Recibela abrange 28 recicladores. A renda com a comercialização dos resíduos é dividida igualmente entre todos os associados, conforme a quantidade de horas trabalhadas diariamente. “A esteira vale ouro para nós. Costumamos tirar cerca de R$ 1,4 mil por mês. Em janeiro se atingirmos R$ 600,00 será muito. A Prefeitura repassa dinheiro para a Codepas para manutenção. Não é nossa função fazer a manutenção e não temos recursos para isso”, salientou o reciclador Gilmar Camargo.
Os recicladores revelaram que a lona da esteira é sempre consertada provisoriamente e não há garantia de durabilidade. “A esteira estraga sempre. É um problema. As condições de trabalho estão difíceis e muitas famílias dependem deste dinheiro”, ressaltou a recicladora Rosa Brito.
Posição da Codepas
O diretor da Codepas, Tadeu Karczeski, informou que a esteira foi consertada nesta semana, mas os recicladores utilizaram em seguida, sem esperar o tempo necessário para colar a lona. O conserto foi realizado novamente na quinta-feira (14) e o equipamento só pode ser utilizado 30 horas depois. “É um serviço complexo e não há mão de obra fácil que realize o conserto”, justificou o diretor da Codepas.
Karczeski revelou que há uma esteira nova no local, no entanto, existe um impasse com a antiga empresa que operava na Central de Resíduos. “Só falta instalar, mas há uma questão burocrática com a antiga empresa. Já realizamos diversas reuniões, mas ainda não há uma solução”, disse o diretor da Codepas.
Lixo acumulado
Toneladas de lixo estão acumuladas no pátio da Central de Resíduos. Uma empresa contratada pela Codepas, a Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR), realiza o transbordo do que não é aproveitado e encaminha para um aterro sanitário licenciado. De acordo com o diretor da Codepas, a empresa será notificada para retirar o lixo acumulado indevidamente. “A empresa que realiza o transbordo teve problemas de logística e não estava conseguindo levar para o aterro de Minas do Leão. O lixo teve que ser levado para o aterro em Giruá. Estavam levando apenas três carretas, mas na quinta-feira já conseguiram levar sete carretas de resíduos. A empresa deverá trabalhar neste sábado também”, esclareceu Karczeski.