Quando o verão chega, as estradas do Rio Grande do Sul são tradicionalmente tomadas por turistas argentinos em busca do melhor lugar para passar as férias. O roteiro, que geralmente tem como destino as praias do litoral catarinense, inclui a passagem por Passo Fundo e a hospedagem na cidade se torna a opção daqueles que buscam o descanso entre um dia e outro de viagem. E o fluxo, que já havia sido grande no início do ano, se intensificou no último final de semana, início da segunda quinzena de janeiro e período onde parte dos argentinos inicia suas férias. Para o presidente da Passotur, Daniel Lé, a cidade se torna parada para os estrangeiros em função da estrutura hoteleira e variedade de opções gastronômicas, fatores que colaboraram para a decisão dos argentinos.
O movimento não é de hoje. Motivados pela desvalorização do real, nos três primeiros dias do ano mais de 35 mil argentinos cruzaram a fronteira com o Brasil. Agora, na segunda quinzena de janeiro, o movimento se intensificou novamente. “Essa virada de quinzena foi muito boa. É característico na rede hoteleira registrar essa intensificação nas viradas de quinzena porque coincide com período de férias que se tira na Argentina. Então houve um grande fluxo nesse final de semana que pode ser considerado bem melhor do que o registrado no começo do ano”, comenta Lé que destaca, também, que, apesar do alto movimento, é possível observar, também, a migração dos argentinos para uma nova rota. “Parte dos argentinos está entrando pela BR 290, ao invés de entrar pela BR 285. Surgiu uma nova opção de rota, que é duplicada, então isso desviou um pouco do movimento natural dos outros anos para esse outro trecho, mas continuamos tendo um grande movimento”. A estrutura apresentada pela cidade é, segundo o presidente, o grande diferencial. “Temos a maior rede hoteleira do norte do estado, estamos no caminho procurado pelos argentinos, temos uma gastronomia forte. Passo Fundo já é parada tradicional e alguns argentinos param aqui há anos”. Para ele, ainda é cedo para falar em números, mas o fato é que o fluxo de argentinos tem movimentado a cidade e a região. “O movimento, esse ano, está um pouco melhor que o ano passado, mas é cedo para quantificar. Temos que continuar observando. A tendência é que no final do mês tenhamos mais uma movimentação grande”, conclui.
Nas estradas
O movimento de veículos argentinos nas estradas da região é grande. De acordo com o policial rodoviário federal, Leonel Cristani, a movimentação é intensa desde o início do ano. “O movimento está grande desde o primeiro final de semana de janeiro. Em geral, eles estão respeitando o trânsito nas estradas e não temos muitas demandas em relação aos argentinos na região”, informa Cristani. Segundo a Polícia Rodoviária Federal do Rio Grande do Sul, esse é o maior movimento de turistas em direção às praias da região sul desde o verão de 2010. Para se ter uma ideia, os jogos da Copa do Mundo geraram um fluxo semelhante, mas pouco menor, em 2014.
