Novo Arcebispo promete ouvir comunidade católica

Dom Rodolfo Weber, novo Arcebispo da Arquidiocese de Passo Fundo, será empossado neste domingo

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Depois de seis meses sem a presença de um Arcebispo, a Arquidiocese de Passo Fundo recebe e empossa, neste domingo, Dom Rodolfo Luís Weber, nomeado pelo Vaticano no início de dezembro. Gaúcho de Bom Princípio, Dom Rodolfo foi transferido da Prelazia de Cristalândia, no Tocantins, e espera presidir a Arquidiocese com serenidade e com a ajuda de quem é daqui. A chegada de Dom Rodolfo é vista com alegria tanto para a Arquidiocese quanto para o Arcebispo que, aos 52 anos, acredita que a mudança é um desafio a ser aceito com disponibilidade.

Com 25 anos de ordenação, comemorados no dia 5 de janeiro, Dom Rodolfo foi ordenado bispo em maio de 2009 e transferido de Gravataí para assumir a missão episcopal no Tocantins. Com experiência bastante intensa na formação de seminaristas no Rio Grande do Sul, Dom Rodolfo regressa ao estado com o desafio. “Faz parte da nossa dinâmica as transferências. Por outro lado, não esperava voltar tão cedo para o Rio Grande do Sul, porque o trabalho, em uma diocese, leva um tempo até que se conheça e se consiga atuar – especialmente no centro-norte. Nesse sentido, foi uma surpresa o convite para vir para cá, para assumir uma Arquidiocese grande como a de Passo Fundo. Não é algo que eu pedi ou solicitei, veio a nomeação e estou aberto a isso”, inicia. Apesar de conhecer o estado, Dom Rodolfo ainda precisa conhecer a Arquidiocese de forma mais profunda. “Conheço Passo Fundo de passagem e não posso dizer que já conheço a realidade daqui profundamente. O que sei são informações gerais. Chegando aqui, tenho todo um contexto novo para aprender. Hoje é novo e não é: a globalização e os meios de comunicação tornam o pensamento mais uniforme; um jovem de Cristalândia e um jovem de Passo Fundo tem diferenças, mas o modo de conceber a vida, o modo de olhar os projetos que tem são muito similares. Aos poucos vou me familiarizar, mas, na essência, o trabalho do bispo é o mesmo aqui em qualquer outro lugar”, enfatiza.                                                                                                              

Ide e evangelizai
Em 2009, quando chamado a assumir a Prelazia de Cristalândia, Dom Rodolfo escolheu, como lema episcopal, “Ide e evangelizai”. Para ele, essa é a essência da vida do cristão. “São duas ideias básicas: evangelizar e ir. O que forma um cristão é a adesão ao evangelho. Pertenço à Igreja porque aceitei o evangelho. Não o contrário. É preciso aceitar a Cristo: ali nasce a Igreja e nasce o compromisso ético e moral na sociedade. Em um mundo com muitas ideias sobrevive quem tem convicções. Mantém rumo quem tem convicções. A missão da Igreja é, essencialmente, evangelizar. Diante da liberdade da pessoa de dizer sim ou não, eu não posso impor o evangelho. Eu anuncio, comunico e convido. O seguimento é uma adesão pessoal que se torna comunitária em um segundo momento. Um cristão nunca está pronto, mas se faz todos os dias. Hoje eu creio, mas não quer dizer que amanhã eu creio. Se quero crer no amanhã, é preciso estar em movimento, é preciso ir, é preciso seguir. Ir é a condição fundamental do discipulado. Se um bispo é sucessor dos apóstolos, ele tem que ter disposição para ir, para o serviço, para enfrentar o que vem.”, destaca.

Ouvir antes de qualquer ação
Desde a renúncia de Dom Antônio Carlos Altieri, em julho do ano passado, depois de ter a gestão de quase três anos questionada, a Arquidiocese de Passo Fundo aguardava, ansiosa, por um pastor que a conduzisse. A espera acabou com a nomeação de Dom Rodolfo. Ainda que com poucas informações a respeito, em função da distância geográfica entre Tocantins e Rio Grande do Sul, Dom Rodolfo sabe que enfrentará um desafio. “Sempre que, em qualquer instituição, se vive um momento de crise isso gera desequilíbrio, ansiedade, insegurança, desânimo. Isso evidentemente interfere. Para quem vem, são coisas que devem ser consideradas e eu considero isso importante até para aprender e entender o que houve de problemático e o que eu não posso fazer. Isso me ajuda a como dar uma resposta de como vai ser minha atuação”. No entanto, o Arcebispo não está em busca de uma solução pronta. Quer, pelo contrário, dialogar e construir junto com a Arquidiocese que o recebe. “Claro que minha atuação não será somente a partir do que aconteceu. O trabalho é mais amplo. As pessoas certamente vão manifestar suas inquietações e eu vou ouvir e procurar compreender o que houve e no que isso implica no meu modo de ação. Quero saber o que eu devo prestar atenção, que cuidado devo ter”, comenta.

O desafio constante de apresentar o evangelho
Os desafios de Dom Rodolfo vão além da inquietação da Arquidiocese e compreendem, ainda, transformações no cenário da Igreja Católica como um todo. “As mudanças culturais influenciam em todo o comportamento das pessoas, inclusive na sua dimensão religiosa. Seria muito estranho se tivéssemos todo esse contexto de mudanças tecnológicas que houve nos últimos anos, implicando em uma mudança de costumes e hábitos, e a religião passasse imune a isso. Se não houvesse um reflexo no modo de viver a religião, a religião seria algo que estivesse à margem da vida das pessoas. E não é isso. Ser religioso e viver a religião é estar diretamente vinculado ao contexto que você vive”, comenta e acrescenta que os deságios da Igreja são constantes. “Cremos que o evangelho é uma boa notícia e algo bom para todas as pessoas. Temos uma mensagem, um ensinamento que é válido para todas as pessoas, porém o modo de alcançar as pessoas e apresentar isso é um desafio em todos os tempos e não só hoje”, conclui.

A posse de Dom Rodolfo acontece neste domingo, 24, às 16h, na Catedral Metropolitana de Passo Fundo.

 

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