O projeto Brasil Sem Frestas nasceu em Passo Fundo em 2009 e depois de seis anos se consolida como uma ação forte de um grupo de voluntários que acaba com o frio e intenso calor nas casas de pessoas vulneráveis. Maria Luiza Camozzato uma das idealizadoras do projeto diz que para o grupo a alegria é muito grande, pois a cada casa revestida é visível a melhoria na qualidade de vida dos moradores.
Química de profissão, Maria Luiza criou a idéia a partir das vantagens das embalagens tetra pak e informa que nestes anos de implantação já foram três toneladas de material retirados do meio ambiente. As caixas tetra pak têm 75% de papel cartão, 20% de polietileno e 5% de alumínio e desta forma a sua utilização tira dos lixões produtos que levam mais de 100 anos para decomposição. “Melhoram as condições de vida das pessoas e ao mesmo tempo colabora com o meio ambiente”, destaca Maria Luiza.
O Brasil consumiu em 2004 seis milhões de embalagens cartonadas, mas a reciclagem foi de apenas 16%, sendo que em 2008 subiu para 26%, 2011 foi de 27%. Para Maria Luiza podemos nos envolver mais e cada um fazer a sua parte, evitando que estes produtos chegam aos lixões. As doações de caixas podem ser feitas nas dependências do antigo quartel e as voluntárias pedem que as famílias se organizem para providenciar a limpeza das caixas, inclusive reaproveitando a água da pia de louça.
Ao total foram 110 casas revestidas e muitas famílias estão inscritas aguardando o Brasil sem frestas. A escolha das casas no inicio foi feita por indicação e a própria vulnerabilidade, mas hoje o grupo atende pedido de lideranças e pessoas que desejam as vantagens do revestimento em seus lares.
O revestimento é feito em muitos casos no forro, paredes e assoalho e com isolamento térmico evita o frio e calor entrar nas casas, assim como a própria chuva. O antes e depois é surpreendente destaca Maria Luiza, pois ela verifica que as pessoas conseguem comer melhor, dormir melhor e também consumir menos emergia elétrica.
Ampliar horizontes
Para 2016 o grupo tem uma determinação que é de levar a experiência para outros municípios já que foi tão bem aceita em Passo Fundo. Hoje além de Passo Fundo os municípios de Santo Ângelo, Rio Pardo, Santa Maria, São Sepé, Cachoeira do Sul e São Joaquin em Santa Catarina adotaram a idéia e colocam em prática uma ação que consolida de fato a qualidade de vida das pessoas. Maria Luiza fala de Porto Alegre onde milhares de famílias sofrem com o frio e calor. “Poderíamos implantar na capital este projeto e amenizar a situação de muitas pessoas vulneráveis, principalmente crianças e idosos”, desta a idealizadora do projeto.
Premiação
O projeto foi premiado no Green Projects Awards Brasil 2013 por mobilizar pilares da sustentabilidade, social, ambiental e econômico. Nesta ocasião concorreu com empresas como Natura, SESI, Pepsi e Universidades. Para Maria Luiza este prêmio é a consolidação do envolvimento de muitos voluntários, mas também a certeza que é preciso continuar e avançar, pois as famílias e o meio ambiente precisam de ações responsáveis que façam a diferença na sociedade. Quem desejar fazer doações das embalagens pode se dirigir até o antigo quartel onde atualmente funciona o trabalho de montagem das placas que depois são levadas para as vilas.