Quanto mais imaturos somos, também mais polarizados somos. A juventude traz a dualidade como uma de suas características marcantes. Para o jovem é ou não é, ama ou detesta, é dia ou noite. A madurez traz o “vamos ver”, “não é bem assim” ou “não foi isso que eu quis dizer”, ou seja, a malemolência, o jogo de cintura ou bambolê. Talvez seja por isso também que a maioria dos jovens que conheço detesta política porque parece que ela não segue lógicas, ou que ela acomoda coisas que normalmente não deveria acomodar. Como pode ser que um candidato se eleja por um partido e o abandone depois das eleições por troca para outro? Não deveria perder o mandato aquele que usufruiu da estrutura partidária para conseguir seu intento e deitou o cabelo? O mandato afinal é do candidato eleito ou é do partido? Por que razão deve existir partido político se tantos integrantes migram, diria, de modo fisiológico para outros? Por que o PDT de lideranças históricas se divide em apoiar ou não o governo atual? Será que a homenagem a Brizola deferida pela Presidente não tinha por objetivo comprar oficialmente o apoio de quem está se portando fisiologicamente?
O jovem se pergunta por que há tanto desgoverno e aumento de preços? Por que os juros do cartão de crédito e cheque especial chegam à estratosfera? Por que se suspeita de fraude nas urnas eletrônicas e nada é feito sobre isso? Por que a Petrobrás foi literalmente saqueada e a presidente do conselho de administração de nada sabia? E, finalmente, se caírem o presidente, vice, presidente da Câmara e Senado há alguém digno de nossa confiança para assumir os destinos do país? Os militares não querem o poder político, melhor ainda, nunca quiseram tal coisa, a não ser um grupelho que queria eternizar a luta pela revolução cívica. Deste grupo que não tinha atração pela política estavam Castelo Branco, Geisel, Golbery e Figueiredo.
O que fizemos do nosso país ou que foi feito dele permite algumas respostas: 1) não sei; 2) sei exatamente o que foi feito; 3) não quero saber, entre outras possíveis respostas. Do que passou o que pode ser feito? Nada, é só memória para ensinar algo sobre o futuro. Sobre o que está acontecendo no nosso país, relegado à segunda divisão, profundamente desacreditado interna e externamente o que podemos fazer hoje além de lamentar e protestar de forma democrática e ordeira? Sobre o futuro há que se estabelecer que as próximas eleições deverão ser as mais importantes de nossa história contemporânea. A vontade que percebo é a de passar a régua. Um dia, slogaram que a esperança havia vencido o medo. O país é maior que slogans e partidos políticos, é maior que qualquer ideologia porque é a nossa casa, a casa dos nossos filhos. Quem sabe a deixemos a esperança de lado e catapultemos o patriotismo como marca forte?
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