OPINIÃO

Celestino Meneghini

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· 2 min de leitura
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Tecnologia sem perdão
Todas as economias do mundo estão hospedadas num sistema que nos afeta indistintamente. O retrato da distribuição das riquezas entre as nações vem sofrendo sacudidas com certa velocidade de época. A revolução industrial do século 19 apresentou o primeiro impacto, que se reproduziu nas relações sociais, na cidade e no campo, onde a força humana cotejou com a produção mecânica. No segundo momento, século XX, a ciência interferiu significativamente na indústria. No final do século passado, após os anos 80, foi a era dos computadores, substituindo máquinas. Observadores classificam o atual momento como prelúdio da robótica. É a quarta revolução industrial, onde mãos humanas são substituídas pelos robôs. Nas observações do jornalista Roberto Sávio acontece substituição do cidadão, em ritmo tão acelerado, que assusta o aumento dos dispensados.

Sem perdoar pobres
A crise mundial de renda do emprego aflige a própria Angela Merkel, em meio às pouco aguardadas visitas dos refugiados africanos. François Hollande vê a França duplamente congestionada com a imigração e a onda terrorista. O adversário Le Pen está de olho na queda de prestígio do atual mandatário de Paris. E a terceira maior economia da Europa, Itália, está diante do baque nas finanças que atrita governo e rede bancária. Matteo Renzi perde apoio popular, quase no mesmo ritmo de Mariano Rajoy, da Espanha, um chefe de estado em apuros. A falta de equilíbrio no tesouro fragiliza lideranças salientes no mundo e que já não escondem as preocupações. Os emergentes, China, Brasil, Índia e outros vêem a desaceleração rápida do crescimento. Ao contrário, o abismo das diferenças de distribuição de riquezas aprofunda-se. Aliás, quem redistribui é a política econômica de cada país. A concentração fica por conta do desequilíbrio no acesso aos bens. Assim, o dinheiro do planeta, que até 2015 concentrava em 1% de milionários mais ricos que 62%, em 2016 será em proporção de insuportável iniqüidade. Este 1%, segundo observadores, terá a riqueza superior ao restante do povo (99%). Previsão lúgubre demais, mas que precisamos avaliar, quando vemos o domínio do mercado bancário, tecnológico, remédios, minérios e o camaleão do poder, que se chama petróleo. Com isso, o templo dos recursos naturais não é potencializado na visão ambiental, mas na previsão de lucro pelos poucos detentores do poder. Falta de saneamento ou falta de água, pouco sensibiliza os grandes donos do mundo.

Zelotes e provas
Não é possível separar a visão do momento político, onde Lula é investigado, com as seqüelas da operação Zalotes, que flagrou fraudes praticadas por grupos privados na arrecadação de tributos. A dívida de grupos de comunicação social e redução do patrocínio da Petrobras nas transmissões acirraram a pressão contra o governo. A grande mídia viu passar o trem das investigações e aproveitou o embalo. As provas contra Lula poderão vir, mas ainda não chegaram. O julgamento da Globo é sumário. Ou as provas aparecem logo, ou muita gente terá que desembarcar desse trem de guerra, por falta de munição. As narrativas publicadas forçam a persuasão, mas o povo sabe que só as provas poderão incriminar, mesmo que ninguém, nem Lula nem Fernando Henrique estejam acima de qualquer suspeita.

Retoques:
Voltando à visão maniqueísta dos fatos, precisamos indagar sobre esta criação imaginária na cabeça das pessoas, que nunca defenderam democracia e não sabem o que é ditadura, para sabermos o que os leva a crer neste demônio fictício do comunismo! O que existe e podemos combater é eleitor vendido e político corrupto!
O advogado Cláudio Lamachia é o novo presidente do Conselho da OAB Nacional. Pela primeira vez nos 85 anos da Ordem dos Advogados do Brasil temos um presidente gaúcho!
Com tudo isso num apelo à cooperação dos brasileiros para superar a crise, jamais podemos abandonar o que foi iniciado, na investigação da corrupção, ativa e passiva.

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