Proposta pela Igreja Católica no Brasil, a Campanha da Fraternidade 2016 novamente terá caráter ecumênico para discutir um problema público: a falta de saneamento básico. Além de estimular a reflexão e o debate relacionados às diferentes realidades vivenciadas dentro das comunidades, a CF 2016 tem o propósito de motivar as pessoas a agirem e fazerem a sua parte a partir do tema Casa comum, nossa responsabilidade. A CF 2016 foi lançada ontem, quarta-feira de cinzas, e se estende durante todo o período da Quaresma, que marca a preparação para a Páscoa. O lançamento contou com a presença de representante do Sinodo Planalto Rio-Grandense da Igreja Evangélica de Confissão Luterana (IECLB) que também participa da CF 2016.
O arcebispo dom Rodolfo Luís Weber destaca que outra novidade da CF 2016 é que, além de ser a quarta ecumênica, também terá caráter internacional. Isso se dará por meio da participação da Misereor, organização dos bispos católicos alemães para cooperação e o desenvolvimento. “O objetivo geral da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2016 é assegurar o direito ao saneamento básico para todas as pessoas e empenharmo-nos, à luz da fé, por políticas públicas e atitudes responsáveis que garantam a integridade e o futuro de nossa Casa Comum”, enfatiza Dom Rodolfo.
Campanha Ecumênica
Outro objetivo da CF 2016 é o de unir igrejas, diferentes expressões religiosas e pessoas de boa vontade na promoção da justiça e do direito ao saneamento básico. O pastor da IECLB destacou que a dimensão ecumênica da CF 2016 só é possível quando as igrejas têm disposição e abertura para que isso aconteça. Ele destacou acreditar ser fundamental que as igrejas se abracem para defender a justiça e o amor de Deus. A CF 2016 reúne, além da Igreja Católica e da IECLB, as igrejas Episcopal Anglicana do Brasil, Presbiteriana Unida do Brasil e Sirian Ortodoxa de Antioquia, todas por meio do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic).
Preocupação nacional
Os materiais informativos da CF 2016 destacam que apesar de estar entre as sete maiores economias do mundo, o Brasil tem cerca de100 milhões de pessoas vivendo sem saneamento básico como água limpa, tratamento de esgoto e coleta de lixo. Conforme o presidente do Conic, dom Flávio Irala, mais da metade da população brasileira não tem acesso à rede de coleta de esgoto. Ele enfatiza também a importância da proteção da qualidade dos recursos hídricos e dos inibidores de doenças, como cólera, febre amarela, chikungunya, dengue, diarreia, bem como para evitar a proliferação do vírus Zika.