OPINIÃO

Formigas se afogando

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Lá estava, a poça d’água com algumas formigas a flutuar, se afogando na verdade.

Umas uniam-se, outras afogavam-se sozinhas.

As mais guerreiras salvavam-se  do naufrágio, nadando por sí só.

Eis que surge em imensa sombra, um gigante humano que tomado de compaixão, tenta salvar as que se afogam.

O mais incrível é que algumas formigas que, mesmo se afogando, quando são retiradas da água, voltam e continuam a se afogar.

Assim também são pessoas que flutuam em seus marasmos, naufragam em suas dores e se afogam em suas mágoas (emoções).

Juntam-se umas com outras que também se afogam ( palco) e outras juntam-se aos que adoram assistir a quem se afoga( plateia).

Outras são escolhidas pelo não acaso do dharma e acabam por merecer as tentativas de salvamento e são retiradas de seus naufrágios, porém, logo retornam por que encontraram, no naufrágio, um meio de saber se são realmente importantes para os que a querem vê-las salvas, no fundo entre um mix de prazer e dor descobrem que é esta a sua praia, na qual fazem gosto em debater-se na tentativa fingirem nadar mas preferem morrer na  praia.

Por que na verdade já estão mortas.

Desejar um milagre para os outros é nobre, auxiliar na realização do mesmo também é altruísmo, mas, pode ser inútil e frustrante por que nem todos sabem que merecem um milagre e por isso quase nunca estão prontos para ele.

Pedir ajuda é uma expressão de humildade, mas será de extrema arrogância não levar em consideração o auxílio que na maioria das vezes nos vêm em clareza, em palavras, em pedidos de despertar e em gestos de considerações aos sinais que nos são dados a perceber.

Paz e luz !

Nelson Ribeiro

 

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