A quantidade de rachaduras espalhadas pelas lajes e paredes do edifício Gralha, localizado na rua Olimpo Loss, nº 380, bairro Cohab I, vem preocupando os moradores. Construído há cerca de 38 anos, o prédio tem 16 apartamentos divididos em dois blocos de quatro andares. Morando no local há duas décadas, Rosimari Rosa dos Santos, 57 anos, disse que as fissuras não são recentes, mas se agravaram consideravelmente nos últimos meses. Por medida de segurança, ela teve de retirar uma das portas de acesso ao interior do apartamento. “Já não tenho mais lágrimas para chorar. Está situação está nos torturando” revela, colocando o braço entre a parede e a abertura da janela para demonstrar o tamanho do vão.
No apartamento de Maria Rodrigues de Moraes, 57 anos, localizado no térreo, o piso já cedeu alguns centímetros no banheiro e na cozinha. “Sofri tanto para pagar as prestações deste apartamento, agora estamos nesta situação. Não tenho para onde ir” desabafa. Quando chove, a água infiltra pelas paredes e invade alguns apartamentos. Em vários pontos, o reboco se desprendeu da parede. Entre uma laje e outra o mofo já encobriu a pintura.
Preocupado com a situação, o morador João Miranda, 77 anos, disse que não dorme mais à noite. Com a parede fora do prumo, ele já não consegue mais fechar a porta de seu apartamento. “Ela permanece aberta. Outro dia ouvi um barulho e saltei da cama achando que estava caindo” afirma. Morando há cinco anos no local, ele segue pagando as prestações do imóvel na Caixa Econômica Federal. “Ainda tenho mais 15 anos para terminar de pagar, o valor é de R$ 182, por mês.
Como medida de segurança, orientada por um engenheiro, foram instaladas escoras de madeira, entre um andar e outro, para dar sustentação à estrutura. “As paredes estão rachando cada vez mais, precisamos de uma solução urgente, ou isto aqui vai cair de uma vez. Alguns moradores já deixaram os apartamentos” protesta Rosimari, a qual disse ter registrado um boletim de ocorrência na Polícia Civil, denunciando o risco de desabamento.
Na quinta-feira, equipes do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil do município estiveram no local, acompanhado de um engenheiro civil da Prefeitura Municipal. O especialista avaliou o local e conclui que não há risco iminente de desabamento, mas orientou para a necessidade de uma obra de recuperação. Com base neste parecer, o local não foi interditado pelos bombeiros.