Unidos pelo seu Chicão

Grupo de internautas realiza campanha para arrecadar alimentos para o papeleiro passo-fundense, conhecido por montar uma biblioteca comunitária com obras encontradas no lixo

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A biblioteca comunitária, que armazena mais de 12 mil obras, é um verdadeiro tesouro para seu ChicãoA biblioteca comunitária, que armazena mais de 12 mil obras, é um verdadeiro tesouro para seu Chicão
A biblioteca comunitária, que armazena mais de 12 mil obras, é um verdadeiro tesouro para seu Chicão
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Seu Valdelírio Nunes de Souza, 72 anos, mais conhecido como papeleiro Chicão, que sempre prestou serviço social em benefício das pessoas mais vulneráveis, precisa da ajuda da comunidade passo-fundense. Chicão, que foi homenageado no ano passado pela Câmara de Vereadores de Passo Fundo, com a medalha Grão Mérito Fagundes dos Reis pelos relevantes serviços prestados à sociedade, está com problemas de saúde e falta de recursos financeiros para prover o sustento próprio e o da família. Uma campanha está sendo organizada para arrecadar alimentos. O evento acontecerá no dia 27 de fevereiro, na Praça da Mãe, na Avenida Brasil.

A campanha de arrecadação de alimentos está sendo organizada pelo grupo de internautas do Facebook ?"Passo Fundo Reclame Aqui?". Os integrantes deste grupo já ajudaram o papeleiro em outras oportunidades, em especial na mobilização, em 2013, onde Chicão ganhou a doação de dinheiro, que possibilitou a compra de uma caminhonete utilizada para transportar os materiais recicláveis. ?"Nosso foco volta-se mais uma vez a um homem que há 30 anos trabalha com recolhimento de material para reciclagem. Seu Chicão está com a saúde bastante frágil, sem condições de trabalhar, o que leva a outra grande dificuldade, que é a sobrevivência?", revela a integrante do grupo, Solange Schmidt.

Desde o final do ano passado, o papeleiro apresenta problemas neurológicos e precisa de atendimento médico. ?"Chicão precisa de atendimento médico especializado em neurologia, o que já foi solicitado ao SUS, mas que depende de deferimento em Porto Alegre. Como é de conhecimento público, as requisições, que dependem da Secretaria Estadual da Saúde, são sempre muito demoradas?", salienta Solange.

Chicão reside no pavilhão da Associação dos Papeleiros, no bairro Industrial. O local está em condições insalubre. O grupo solicitou uma audiência com o prefeito Luciano Azevedo para tentar buscar uma moradia para o papeleiro. ?"Não há condições de alguém viver com dignidade neste local. É difícil não ficar profundamente comovido pelo que se vê no pavilhão e pelo que ele já fez em benefício da comunidade?", ressalta a integrante do grupo.
Com todas as dificuldades, o papeleiro se esmera em mostrar o quanto cuida da biblioteca que criou. Em nove anos foram mais de 12 mil livros arrecadados. A maioria destas obras foi encontrada no lixo por ele. Chicão mostra com carinho a coleção de livros do escritor Jorge Amado e os discos de vinil, raros, armazenados na biblioteca. ?"Já li toda esta coleção. Jorge Amado é meu escritor preferido. Ele é muito realista e me ensina muito?", comenta Chicão.

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