Funcionários trabalham para eliminar locais onde há água parada na área da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa). No último dia 17, o Núcleo de Vigilância Ambiental em Saúde realizou uma vistoria no local e encontrou larvas e pupas do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, febre chikungunya e vírus zika. O município notificou a companhia, que recebeu um prazo de 15 dias para limpar o terreno.
O trabalho começou na última sexta-feira (20). O mato alto que havia na parte da frente do terreno foi cortado com ajuda da Corsan, que mantém canos depositados no local. Já os poços com água parada começaram a ser esvaziados com o auxílio deu uma motobomba. Aterramentos também estão sendo feitos para evitar o acúmulo de água. Durante a tarde de quinta-feira (25), dois funcionários trabalhavam no local. De acordo com a diretoria da Cesa, o prazo para a limpeza total da área é de 10 dias.
Conforme o Núcleo de Vigilância Ambiental em Saúde, desde 2014 são feitas notificações para limpeza do local. Anteriormente, algumas providências foram tomadas pela diretoria da Cesa, como a aplicação de cal e de hidrocloreto na água. No entanto, o problema não foi resolvido. Na próxima semana, o Núcleo fará outra vistoria na área. Caso não ocorram as adequações exigidas pelo município, a Cesa pode ser autuada..
Cesa
A unidade da Cesa de Passo Fundo, que parou de funcionar em 2011, foi colocada à venda, pela primeira vez, em dezembro do mesmo ano. Um edital de leilão saiu, com um valor inicial de mais de 15 milhões de reais, avaliados por serviços imobiliários particulares e por um avaliador do Estado, mas nunca houve lance. Na época, um novo edital foi publicado e, novamente, a venda não aconteceu. Mais tarde, um leilão na modalidade concorrência tipo maior preço, marcado para setembro de 2013 e com um lance mínimo de 19,5 milhões, foi suspenso devido uma ação do Sindicato dos Auxiliares de Administração de Armazéns Gerais do Estado (Sagers) que garantiu na Justiça uma liminar impedindo a venda da unidade. Entre as justificativas consideradas pela 19º Vara do Trabalho de Porto Alegre, estavam centenas de processos trabalhistas, reclamatórias na Justiça do Trabalho e, ainda, o cadastro no Banco Nacional de Devedores Trabalhistas.
Dados
Neste ano, o Núcleo de Vigilância Ambiental em Saúde registra seis notificações do zika, seis pra chikungunya e 35 de dengue, todos moradores de Passo Fundo. Dois casos de dengue foram confirmados, ambos importados. Outros 86 focos do mosquito foram identificados pelos agentes de endemias em 2016 em Passo Fundo. O Núcleo aguarda resultados de amostras enviadas a Porto Alegre para confirmar ou não os casos notificados da doença no município. “Nós já tomamos todas as medidas necessárias em relação ao controle, que é o bloqueio de transmissão viral mediante pulverização e a orientação dos suspeitos quanto aos cuidados”, explica Ivânia Silvestrin, chefe do Núcleo.