OPINIÃO

As origens da pós-graduação stricto sensu em Passo Fundo

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Quem, hoje, buscar um curso de pós-graduação stricto sensu em Passo Fundo, vai se deparar com oferta de mestrados e doutorados (16 mestrados e 7 doutorados, na UPF; e 2 mestrados na IMED, por exemplo), que outrora era inimaginável. Talvez, em função disso, sequer reflita como foi que começou a pós-graduação, stricto sensu, em Passo Fundo? Desde quando temos programas de pós-graduação stricto sensu? Qual foi o nosso primeiro curso?
Apesar das menções bem intencionadas dos anos 1930, inspiradas no modelo europeu das cátedras, envolvendo experiências na USP, a pós-graduação no Brasil, sensu stricto, efetivamente se consolidou a partir do Parecer nº 977/65, do Conselho Federal de Educação (de 03/12/1965), o famoso Parecer Sucupira (em alusão ao conselheiro relator, Newton Sucupira), e com a reforma do ensino de 1968, que substituiu as cátedras pelos departamentos nas universidades brasileiras. Neste rastro, chegamos a Passo Fundo, nos anos 1990, quando efetivamente, foi formalizado um contrato de cooperação técnica entre a Fundação Universidade de Passo Fundo (FUPF) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, por intermédio do Centro Nacional de Pesquisa de Trigo (CNPT), para a implementação de um curso de pós-graduação, ao nível de mestrado, área de concentração em manejo de doenças de plantas. Assinaram esse contrato, em 11 de outubro de 1995, Lorivan Fisch Figueiredo, presidente da FUPF, e Augusto Carlos Baier, como Chefe do CNPT. O contrato previa vigência de quatro anos, com possibilidade prorrogação ou alteração, mediante a celebração de termos aditivos. Esse contrato, que teria sido aditado em 01/07/1996, foi rescindido em 20 de novembro de 1996, sendo substituído, nessa mesma ocasião, por um novo documento, também com vigência por quatro anos, com o mesmo objetivo, celebrado pelas mesmas partes, porem, assinando pela Embrapa, Benami Bacaltchuk, como Chefe-Geral do CNPT.
Esse novo contrato, firmado entre a FUPF e a Embrapa, continha especificações mais bem detalhadas que o anterior. Inclusive definia além do corpo docente (Amarilis Labes Barcellos/Embrapa, Ariano Moraes Prestes/Embrapa, Antonio Bergamin Filho/ESALQ, Elmar Luiz Floss/UPF, Emídio Rizzo Bonato/Embrapa, Florindo Castoldi/UPF, João Riboldi/UFRGS, José Antonio Martinelli/UFRGS, José Maurício Cunha Fernandes/Embrapa, Jurema Shons/UPF, Maria Irene Baggio de Moraes Fernandes/Embrapa, Norimar D´Àvila Denardin/UPF, Valmir Duarte/UFRGS e Walter Boller/UPF), que o Curso de Mestrado em Agronomia - Área de Concentração em Manejo de Doenças de Plantas, começaria com 10 alunos, orientados pelos professores Amarilis Labes Barcellos (Sandra Maria Zoldan), Ariano Moraes Prestes (Beatriz Donida, Lauro Luiz Somavilla e João Américo Wordell Filho), Erlei Melo Reis (Antonio Mauro Rodrigues Cadorin, Carlos Eduardo Lopes da Silva, Maria Alice Verner Miglioranza e Nádia Canali Lângaro) e José Maurício Cunha Fernandes (Justino Luiz Mário e Paulo Roberto Vargas).
E assim aconteceu. O Programa de Pós-Graduação em Agronomia – Área de Concentração em Fitopatologia foi efetivamente iniciado em 4 de março de 1996, sob coordenação do Prof. Dr. Erlei Melo Reis. A primeira dissertação de mestrado, com titulação concedida pelo convênio que criou o curso, formalmente pela Universidade de Passo Fundo e pelo Centro Nacional de Pesquisa de Trigo – Embrapa, foi defendida por João Américo Wordell Filho, em 27 de fevereiro de 1998. O trabalho, intitulado “Variabilidade cultural e patogênica de Drechslera teres e resistência de genótipos a mancha-em-rede da cevada”, foi realizado nas dependências da Embrapa Trigo e contou com a orientação do pesquisador Ariano Moraes Prestes.
Foi o coroamento de tratativas entre UPF e Embrapa Trigo, iniciadas em 1988, que seguiriam com a comissão pró-mestrado, criada em 1993, com três professores da UPF e três pesquisadores da Embrapa.

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