Com quem está a verdade?
Suposta delação premiada do senador Delcídio Amaral, PT, negada por ele ao final da tarde, deu o que falar ontem em Brasília. O assunto superou em audiência o caso do deputado Eduardo Cunha, que agora é réu em ação penal da operação Lava Jato, segundo decisão do STF. Com quem está a verdade? A repercussão em torno da matéria da Isto É tomou conta dos noticiários. Pela suposta delação premiada de Delcídio houve influência direta da presidente da República na condução da operação Lava Jato, bem como supostos desvios na nomeação de ministros para os tribunais superiores com o intuito de influir no andamento da operação Lavo Jato. O chefe da Advocacia Geral da União, José Eduardo Cardozo, disse que Delcídio mentiu e que não tem nenhuma credibilidade. No final do dia foi o próprio Delcídio que negou a delação e de ter dado qualquer declaração à jornalista. Também não reconheceu a autenticidade dos documentos reproduzidos pela revista.
Ao gosto do freguês
A expressão é usada para indicar que se faz algo com o objetivo de atender a uma finalidade específica. Fica claro, acompanhando o noticiário nacional, que a repercussão de uma suposta delação premiada do senador Delcídio Amaral, mesmo negada por ele, ganha mais intensidade para um lado ou para outro, dependendo do interesse de cada um (ao gosto do freguês). Para a oposição cabe aproveitar ao máximo a primeira informação para sangrar o governo. Para o governo, cabe desqualificar o suposto delator, que por ser um delator já é desqualificado por natureza, pois em tese tem participação em episódios ilícitos.
Precipitação
No centro da disputa de quem tem a verdade verdadeira fica a opinião pública que é levada a opinar a partir de quem quer ver o circo pegar fogo. Aí reside o perigo, porque é massa de manobra nas mãos de manipuladores.
Economia
O Brasil registrou o pior PIB dos últimos 25 anos. A cada confusão política gerada, verdadeira ou não, mais distante fica a retomada do crescimento econômico. E não é por falta de capacidade, pois esta o Brasil tem de sobra. É por insegurança. Não existem santos e nem vítimas, nem bandidos e mocinhos. O egocentrismo tem falado mais alto. Dane-se a maioria.
