O PT perdeu-se no antagonismo dos fatos que se precipitaram com a operação Lava Jato. Não soube avaliar a medida recomendável para equilibrar o espírito de corpo diante do rumo inexorável das investigações que se instalaram com a Polícia Federal, MP e Judiciário. Protelando a postura de autocrítica e necessidade de cortar a própria carne nos casos de denúncia, divagou em teses comparativas, alegando que a corrupção envolve historicamente outros partidos, especialmente o PMBD, PSDB e PP. Embora sejam circunstâncias inegáveis, o partido do governo não adotou postura de humildade (estratégica), que pudesse demarcar impacto de austeridade. Apostou em fatores secundários e perdeu o tempo certo para responder à ânsia popular diante da devassa dos escândalos. Na edição de terça-feira a colunista Zulmara Colussi destacou a postura de Olívio Dutra, uma reserva moral do PT que aponta o caminho da retomada da credibilidade. Certamente se fosse ouvido a tempo seria o melhor para a imagem do governo que precisa de um partido que se respalde na humildade conseqüente para embasar a retomada. Agora o momento de reconhecer os erros como forma de resgatar a base política de seriedade já está vencido. É como reconhecer a derrota de uma batalha sem ter recuado no momento certo. O prejuízo é maior. Além do oportunismo inevitável das hostes adversárias e a previsível anfibologia do parceiro de governo, o PMDB, faltou o gesto forte do respaldo coerente com a realidade dos fatos vistos pelo país em manchetes. O PT deveria ter assumido perante a opinião pública a bandeira das denúncias num momento em que seu governo fortaleceu a ação policial. As dores das perdas no partido parece que não foram assimiladas na relação com o governo. Perante a opinião pública prevaleceu imagem acuada e de reação arrogante.
Mídia na guerra
A grande mídia não perdoa. O denominado vazamento seletivo já era esperado, mas não é problema da imprensa, que apenas levanta a discussão, geralmente por fontes não ortodoxas. Vazamento é questão disciplinar administrativa.
Lula ministro
Há também a tentativa de golpe dos inconformados com derrota eleitoral, mas está instalado um processo de investigação geral que precisa ser resolvido democraticamente. Imagina-se que a nomeação de Lula como ministro poderá ser uma resposta política às pressões pela derrubada do governo. Mas Lula não aceita a idéia como forma de proteção.
Vaticínio
A crise econômica veio com seus efeitos que não podem ser desconhecidos. O primeiro impacto é perda de postos de trabalho, mais preocupante por acontecer logo após momento de otimismo único na história brasileira. E a Globo está em guerra contra o governo. Na alta do dólar se ouvia dizer que a culpa é do governo Dilma. O dólar caiu! E daí? As dificuldades são duras, e a Globo manobra dados para vaticinar o pior, sem trégua!
Retoques:
* Tenho conversado com dois profissionais de áreas diferentes, Dr. Alan Galleazzi (processo de aposentadoria) e o agente do IBGE Neto Sobrinho, sobre o efeito da aposentadoria. Surpreendi-me com as complicações quando não há uma preparação para a nova etapa. Afinal, como diz Sobrinho, somos nós que nos aposentamos, o mundo não! Em 2045 teremos a população de muito maior. Na política é preciso saber repartir lucros e prejuízos. O PT cometeu excesso de soberania e imaginou como o camelo. Por isso se diz ?"camelus, cornua cupiens, aures perdidit?" (desejando ter chifres, o camelo perdeu as orelhas).
* Estava na cara que isso ia explodir. São as mais rudimentares formas de corrupção com verba para cultura e arte no RS. Vergonha tripla para o Estado.
* Gostei muito da recuperação dos muros antigos na antiga gare da Viação Férrea. Ali ao redor vivi minha infância e pilotei charrete na Gen. Canabarro no bebedouro.
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