Alternância provocada
Num país em convulsão, é difícil se pronunciar sem levar pedradas de um lado ou de outro. Há uma divisão. São dois lados taxados como isso ou aquilo, surgem exageros e acaba o respeito. A corrupção é o problema. Não importa de qual período, pois teria sido apresentada aos nativos lá por 1500. Corrupção sempre foi estopim. Mas é bom deixar bem claro que nesse balaio ninguém é santo. Isso vale para os dois lados e, ainda, para protagonistas atrelados. Mas, na prática, sabe-se que muito além da bandeira anticorrupção está uma insaciável luta pelo poder. Então, em caso de uma alternância provocada (expressão aceita pelos dois lados) teremos um entrevero para divisão do bolo. A sucessão aponta para uma sequência de nomes com longas caudas emaranhadas. Se não confiamos em um lado, não acreditamos no outro. As manifestações apaixonadas lembram um Gre-Nal. Mas neste caso a magnitude do clássico é bem maior. Então, não pode haver seletividade nas ações e a arbitragem deve ter a mais impecável imparcialidade.
Ruidosas curiosidades
As estatísticas sempre atiçam a nossa curiosidade. Curioso de carteirinha, ando aflito para conhecer alguns números. Quantos veículos foram multados em Passo Fundo, nos últimos 30 dias, por circular com o som em excesso de volume? Quanto isso representa em relação aos que se enquadram nessa situação? Os reincidentes tiveram uma penalização diferenciada? E sobre a propalada destruição dos aparelhos de som, teríamos alguns números interessantes? Assim como existe a Balada Segura, haveria outra ação específica que poderia ser a “Tímpanos Protegidos”? Enfim, necessitamos de algum ruído em relação à barulheira. Ou o silêncio trocou de lado?
Silenciosas preocupações
Bato com insistência na mesma tecla: crianças e bebidas nas ruas de Passo Fundo. Mas parece que nesse piano o martelo não toca na corda, pois não ouça a reprodução da ressonância esperada. Quantos menores nessa situação foram abordados? Quantos acompanhantes maiores foram responsabilizados? Observo que está aumentando a quantidade de menores que circulam nas madrugadas. Carregam garrafas de bebidas alcoólicas com a maior tranquilidade. Tem drogas na parada e brigas entre turmas. Alguém fiscaliza? Pelo que vejo, impera a tecla do silêncio. Parece que ninguém teria uma mínima responsabilidade com essa situação.
Pós-ditos
- Se o cachimbo entortou a boca, agora é tarde.
- Se os holofotes cegam a razão, saia de cena.
- Se a raiva afeta neurônios, beba uma cerveja.
- Se for lavagem cerebral, desligue o aparelho.
Trilha sonora
Tema do filme chileno “Morir un Poco” (1967), de Alvaro Covacevich, cujas cópias foram perdidas após um golpe militar (1973), foi gravado por Hugo Montenegro e Orquestra (1968): “Tomorrow’s Love”.
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