O leilão de 50% da área da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa) de Passo Fundo foi suspenso pela justiça. Segundo a direção da companhia, a decisão ocorreu devido a um desentendimento sobre o valor do negócio. Um novo cálculo deve ser feito antes que a venda seja feita. O leilão era pra ter ocorrido na última quinta-feira (24). Agora, não há previsão para a realização o negócio. A área possui pouco mais de três hectares e está localizada na Avenida Brasil, no bairro Petrópolis.
O projeto que autoriza a venda sem a necessidade de um plebiscito foi aprovado pela Assembleia Legislativa no dia 1º de março deste ano. Antes, a Constituição do Estado obrigava o governo a realizar uma consulta pública para privatizar ou alugar unidades do órgão. A companhia possui 25 unidades, mas seis delas estão desativadas, que dão, juntas, R$ 1 milhão de prejuízo anual ao poder público.
Histórico
A unidade da Cesa de Passo Fundo, que parou de funcionar em 2011, em função da falta de investimentos do governo, foi colocada à venda, pela primeira vez, em dezembro do mesmo ano. Um edital de leilão saiu, com um valor inicial de mais de 15 milhões de reais, avaliados por serviços imobiliários particulares e por um avaliador do Estado, mas nunca houve lance. Na época, um novo edital foi publicado e, novamente, a venda não aconteceu.
Mais tarde, um leilão na modalidade concorrência tipo maior preço, marcado para setembro de 2013 e com um lance mínimo de 19,5 milhões, foi suspenso devido uma ação do Sindicato dos Auxiliares de Administração de Armazéns Gerais do Estado (Sagers) que garantiu na Justiça uma liminar impedindo a venda da unidade. Entre as justificativas consideradas pela 19º Vara do Trabalho de Porto Alegre, estavam centenas de processos trabalhistas, reclamatórias na Justiça do Trabalho e, ainda, o cadastro no Banco Nacional de Devedores Trabalhistas.