Deu certo no começo
Se considerarmos a avalanche de informações e desinformações, sendo parte revestida de seriedade, é preciso ouvir ou ler com certa paciência para entender o possível. É o momento em que dificuldades de sobrevivência social e econômica não podem sucumbir à contaminação da paixão partidária. E mesmo a paixão, que empolga e extrapola as emoções, parece contribuir para desvelar coisas que a história sempre adiou e sonegou à transparência. É a nossa verdade, que se revela aos poucos. Por partes. E cada um pode compor seu quebra-cabeça. Com a chegada de Lula ao poder houve adesão da intelectualidade disposta a assumir a idéia de termos um presidente operário, sem cultura formal, desafiando preconceitos. E a coisa andou assim, funcionando em forma de tutela necessária para uma nova concepção de liderança. Enquanto se tratava de elevar o padrão humanístico, no combate à fome, no acesso ao ensino profissionalizante e à faculdade, Lula se projetava vivaz e crescente também para a política mundial, graças às reformas sociais no país. Quando Lula, no segundo mandato, cometeu os primeiros disparates, faltou o alerta que deveria ser feito pelos intelectuais que viram suas boas iniciativas iniciais. O que parecia um apoio tácito passou a ser ausência de autocrítica. Aí começou o grande problema!
O abandono
No momento em que as revelações, trazidas pela investigação da Polícia Federal, indicaram o desvio abominável de percurso na gestão financeira, com escândalos tipo Mensalão e corrupção na Petrobras, a tutela intelectual esvaziou-se. Promotores e juízes surgiram como força urgente, com a imprensa. Não houve atitude política do PT para assumir a fase escabrosa, contrastante com a expectativa de pudor nacional. Cortar rapidamente na própria carne seria uma atitude redentora. Mas não! O governo Dilma, ao preservar a investigação imaginou que estava agindo democraticamente e acreditou na atitude ficta como solução suficiente.
Especulações
Na ausência de uma atitude de rigoroso discernimento, para apurar os fatos, os adversários políticos mergulharam na brecha que serviu também para exploração de interesses obviamente prejudiciais à governabilidade. Sabemos, desde a época de Getúlio Vargas, que forças dos EUA esperavam o momento para dar o bote, visando desqualificar a Petrobras como força nacional. Com as etapas de progresso no comércio internacional e empregabilidade interna o Brasil passou a se expor à cooperação em países menores, com ênfase ideológico às repúblicas bolivarianas. Isso desagradou ao sistema imperial dos norte-americanos. Fala-se nesses interesses, uma vez que não são apenas os cidadãos de bem querendo parar a corrupção, mas há também os abutres rondando nossas riquezas. O melhor que podemos fazer agora é esclarecer tudo, mas tudo mesmo, com punição aos culpados. Se o governo do PT está fragilizado por suas próprias deficiências atuais, o certo é que deflagrou um novo patamar de possibilidades para classes sociais antes excluídas. Todos sabem disso! Tivemos momentos de prosperidade sem precedente, mas precisamos retomar isso.
Rádio Planalto
Por convite especial do diretor da Rádio Planalto, Neuro Zambam, estivemos na manhã do dia 5, apresentando programação da emissora, para recordar. No ar, pude conversar com o antigo diretor Paulo Farina e o professor Carlos Alberto Romero. A oportunidade foi mais generosa ainda pela entrevista com presidente da Rádio Planalto, o arcebispo Dom Rodolfo Weber, de quem colhi ótima impressão, pela capacidade, simpatia e simplicidade. E foram lembrados os 47 anos da Rádio Planalto, onde comecei com menos de 20 anos, ainda em caráter experimental. Sempre trabalhei com paixão pela profissão e por isso restou uma sensação de ter cumprido o dever. Parabéns a todos os que fazem a Rádio Planalto esta importante e poderosa referência da comunicação.
Espetáculo
No próximo dia 13 (teatro do SESC) Passo Fundo terá privilégio de ouvir a maravilhosa cantora lírica internacional Eiko Senda. No recital também a cantora Ruth Kratochvil e o Tiago Ribas, no violão.