Interesses
Criticar a negociação por cargos no governo federal é uma heresia ou contra-senso, como queiram. O modelo político brasileiro, mesmo que condenável sob todos os aspectos, é o do toma-lá-dá-cá. Ou alguém acredita em Papai Noel e acha que, se Michel Temer assumir a presidência, vai conseguir governar só com o seu partido que se transformou da noite para o dia no salvador da pátria? Claro que não. Vai ter que negociar com partidos e vai ter que distribuir cargos, benesses e liberar emendas parlamentares. A lógica perversa cravada no centro do poder é ditada pelo interesse pessoal e de legendas. Não há interesse público em jogo. Há jogo de poder e nele estão as práticas mais detestáveis e nojentas da política. E ninguém, ninguém escapa. Por óbvio que, com a saída do PMDB da base, o governo iniciaria negociações com outros partidos e o PP. Se os nossos políticos estivessem realmente preocupados com a situação do país e com os brasileiros, não estaríamos neste emaranhado de disputas e confusão institucionalizada. Resolver o problema interessa a quem mesmo?
Repúdio
Como não poderia ser diferente, o PP gaúcho repudiou a decisão do diretório nacional. “Mais uma vez faltou bom senso ao presidente Ciro Nogueira”, disse o presidente estadual do partido, Celso Bernardi. Relembrando um pouquinho, o PP gaúcho nunca fechou com as decisões do diretório nacional. A briga é antiga.
Relatório
Um relatório de 130 páginas feito em dois dias. Ou o deputado Jovair Arantes, do PTB, relator do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, elaborou o documento trabalhando 48 horas diretas ou estava com ele pronto. Se a segunda hipótese for verdadeira, as cartas estão marcadas e o que assistimos nos últimos dias não passou de jogo de cena. Eis o cenário real da política nacional.
Audiência
A Câmara de Vereadores de Passo Fundo começa a debater um tema polêmico, mas de extrema importância para a comunidade: o consumo de bebidas alcoólicas em vias públicas. Além de melhorar a proposta do vereador Renato Tiecher, PP, a Câmara vai convidar a comunidade para discutir o tema em uma audiência pública. O cidadão que reclama de bagunça, perturbação do sossego pública, não concorda com o quadro que se apresenta especialmente à noite e nos finais de semana, poderá participar do debate no dia 2 de maio, às 19h. A oportunidade é imperdível. Depois não adianta reclamar.