Ameaça de surto de gripe no Presídio Regional de Passo Fundo

Cerca de 40 apenados apresentaram sintomas da doença. Eles estão sendo levados para realizar exames no Hospital Beneficente Dr. César Santos

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Os presos são de diversas galerias e apresentaram sintomas de gripe nos últimos diasOs presos são de diversas galerias e apresentaram sintomas de gripe nos últimos dias
Os presos são de diversas galerias e apresentaram sintomas de gripe nos últimos dias
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Cerca de 40 apenados do Presídio Regional de Passo Fundo estão sendo levados, nesta semana, ao Hospital Beneficente Dr. César Santos (HBCS) para realizar exames. Os presos são de diversas galerias e apresentaram sintomas de gripe nos últimos dias. O diretor do Presídio Regional, Renato Garlet, explica que a situação não é comum e que a ameaça de um surto generalizado representa um perigo para o presídio. De acordo com o diretor geral do HBCS, Fabiano Bolner, os apenados, além de realizar os exames, estão recebendo o medicamento Tamiflu, assim como os agentes. Até o momento, nenhum caso grave foi identificado. O material coletado será enviado para Porto Alegre. Os resultados dos testes, que dirão se se trata de gripe comum ou de Influenza, levam de 7 a 10 dias para ficarem prontos. No HBCS não há registro de nenhum caso suspeito de Influenza.

 

Casos

Desde janeiro, a 6ª Coordenadoria Regional de Saúde recebeu 22 notificações de síndromes respiratórias agudas graves (SRAG) de toda a região. Nenhum dos casos foi confirmado como Influenza. De acordo com Gilberto Santetti, enfermeiro responsável pela vigilância epidemiológica da Coordenadoria, as notificações são rotineiras. O Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) registrou, neste ano, 17 notificações de SRAG. 11 delas já foram testadas e tiveram resultados negativos para Influenza. Seis ainda estão em análise. O último registro no HSVP de Influenza foi em 2013, quando tiveram cinco casos da doença. No Hospital da Cidade, desde o início do ano, apenas um caso foi notificado e o resultado do teste foi negativo.

 

Estado

A Secretaria Estadual da Saúde (SES) confirmou nessa quinta-feira (07), dois novos óbitos por Influenza A (H1N1) no Rio Grande do Sul. O primeiro deles é de um homem de 64 anos, residente no município de Flores da Cunha. O segundo óbito é de uma mulher de 47 anos, do município de Arroio do Sal. Ao todo, já foram confirmados quatro óbitos pela doença no RS. Os dados foram apresentados pelo secretário da Saúde, João Gabbardo dos Reis, em coletiva à imprensa. Também foi confirmado o segundo caso de microcefalia associado ao Zika Vírus no Estado.

A orientação da SES é que as pessoas evitem aglomerações, ambientes fechados ou com pouca circulação de ar. Lavar sempre as mãos e fazer o uso de álcool gel, além de evitar o compartilhamento de utensílios como talheres, são medidas que devem ser adotadas permanentemente. A questão prioritária neste momento é a prevenção da doença. “A vacina é direcionada aos grupos de maior vulnerabilidade, pois os riscos de complicações são muito maiores do que em pessoas saudáveis”, explicou Gabbardo. Entre as ações que estão sendo analisadas pela SES, está a ampliação do horário de atendimento dos postos e unidades de saúde. Outra medida, ainda em estudo, é a criação de ambulatórios emergenciais como os de campanha.

A vigilância da Influenza é realizada por meio de notificação e investigação de casos de internações hospitalares por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), caracterizada por dificuldade respiratória associada ao aparecimento súbito de febre, cefaleia, dores musculares (mialgia), tosse, dor de garganta e fadiga. Até o momento, foram 273 casos notificados, com 10 confirmados para Influenza A (H1N1). Não houve até o momento casos de para Influenza A (H3N2) e Influenza B. Entre os óbitos por Influenza A (H1N1), também foi confirmado um caso em Vacaria. Porém, este não será computado pela Vigilância Estadual por se tratar de uma pessoa que não reside no RS, ou seja, estava apenas em passagem pelo Estado. A doença foi adquirida em Quitandinha, no Paraná, município de origem.

 

Dengue

Conforme o boletim da dengue, foram confirmados 580 casos da doença, sendo 411 autóctones (contraídos no RS) e 169 são importados (adquiridos fora do Estado). No mesmo período do ano passado, eram 715 casos no total, sendo 602 autóctones. De acordo com Gabbardo, apesar do grande número de notificações, os casos confirmados de dengue são menores do que em 2015.

Quanto às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, a chikungunya é a única que não apresenta circulação no Rio Grande do Sul. Até o momento, já foram notificados 162 casos suspeitos, onde 56 foram descartados e oito confirmados (importados). Até o momento foram notificados 293 casos suspeitos de Zika Vírus. Deste total, foram confirmados 16 casos, sendo 12 deles importados e quatro autóctones em: Frederico Westphalen, Ivoti, Santa Maria e Rondinha.

Passo Fundo inicia mobilização

A Prefeitura de Passo Fundo, através da Secretaria de Saúde, iniciou as primeiras ações para o enfrentamento da gripe H1N1. Mesmo com a campanha de vacinação da rede pública no estado prevista para começar a partir do dia 25 de abril, o município já articula iniciativas para prevenir a gripe e organizar o atendimento no sistema da rede.

Reuniões com enfermeiros, médicos da rede e com os três hospitais de atendimento público em Passo Fundo serão realizadas para tratar sobre o tema. De acordo com o secretário de Saúde, Luiz Artur Rosa Filho, será mudado o sistema de referência e contrarreferência para os serviços de urgência. “Esta iniciativa visa reduzir a superlotação dos serviços de urgência, justamente com a chegada do inverno, que se soma à realidade das urgências da cidade. As ações ocorrerão em função dos riscos que as aglomerações nos serviços de urgência trazem para os próprios pacientes”, ponderou Luiz Artur.

A partir do dia 18 de abril, os fluxos de urgência e das unidades de saúde serão estabelecidos em duas vias, ou seja, haverá a possibilidade de que a consulta que seria nos hospitais seja direcionada para unidades de saúde da cidade de maneira eletiva.

Cuidado que chega em casa

O programa da Prefeitura de Passo Fundo que leva a vacina contra o vírus da gripe até a residência de pessoas com 60 anos ou mais, Vacinação em Casa, já conta com um plano de ação para 2016. No ano passado, o programa imunizou cerca de 2800 idosos em casa.

 

 

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