Confiança do consumidor se mantém regular em Passo Fundo

Resultados demonstram a percepção negativa do passo-fundense em relação à economia do município

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O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) é medido pela Faculdade Imed bimensalmenteO Índice de Confiança do Consumidor (ICC) é medido pela Faculdade Imed bimensalmente
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) é medido pela Faculdade Imed bimensalmente
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A confiança do consumidor passo-fundense na economia municipal se manteve estável em março. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), medido pela Faculdade Imed bimensalmente, obteve um resultado de 75,9 pontos, retratando a preocupação da população com a situação econômica em geral. Os indicadores têm como referência o valor 100, desta forma quanto mais acima deste valor, mais positiva é a percepção. De forma inversa, valores abaixo de 100 retratam expectativas negativas em relação à economia do município. Segundo o professor da Faculdade Imed, Kenny Basso, desde o início da pesquisa, em julho de 2015, o índice vem se mantendo regular. “Embora estável, o nível é baixo. Isso reflete a desconfiança na evolução econômica do país para os próximos períodos. Por isso, as pessoas deixam de gastar seu dinheiro e procuram poupar mais”, explica.
O Índice da Situação Atual – ISA (73,4 pontos), reflete a permanência das expectativas dos consumidores de regularidade, mas um pessimismo em relação às expectativas para os próximos meses, sendo que o Índice de Expectativas – IE, apresenta resultados considerados regulares para a economia no futuro (77,6 pontos), ou seja, para os consumidores não há uma melhora considerável da economia nos próximos seis meses. “No curto prazo há uma alteração de 2% no índice, ou seja, é muito pequena a mudança que o passo-fundense espera para os próximos seis meses”. De acordo com o professor, a mudança na confiança se dará em longo prazo. “Ela não é uma mudança de curto prazo, depende de todos os movimentos políticos e econômicos pelos quais o país vai passar nos próximos períodos. O que a gente vive no país, além de uma crise política e econômica, é uma crise confiança, seja a confiança no sistema, seja a confiança nas instituições. Isso se reflete em quanto o sujeito confia na economia, confia no município, nas organizações, nas instituições para poder investir seu dinheiro”.
O único índice que obteve resultado considerado “bom” foi o de situação financeira, que avalia a percepção dos consumidores sobre a sua própria situação financeira e da sua família. Por outro lado, o único resultado “ruim” foi a percepção dos consumidores sobre o cenário de emprego e trabalho no município. As dificuldades relatadas pelos consumidores estão alicerçadas na permanente percepção de inflação de dois dígitos bem como no enfraquecimento da atividade econômica que afeta o mercado de trabalho. Segundo os dados da pesquisa, a estimativa de inflação na percepção dos consumidores será de aproximadamente 10,5% ao ano, e a possibilidade de emprego ficou com o pior indicador (42,1 pontos), ou seja, um cenário de ajustes para a manutenção e obtenção de postos de trabalho. “Significa que o passo-fundense ainda não percebe grandes oportunidades de emprego. Percebe que esse momento, de fato, está sendo complicado para encontrar um trabalho”, afirma Basso.

ICCPF
O Índice de Confiança do Consumidor - ICC expressa em números a percepção dos consumidores em relação à situação atual, o futuro da economia, a inflação, as decisões de poupança, consumo e de possibilidades de emprego no município. O índice também levanta outros dados de interesse como a intenção de compra de bens duráveis (carro e casa), a capacidade de economizar vs. gastos. Para Kenny, o ICCPF é mais uma informação qualificada tanto para os gestores da cidade, quanto para as empresas que possam vir a se instalar, ou até mesmo para que pessoas de fora possam conhecer mais sobre Passo Fundo.

Método
A pesquisa foi realizada entre os dias 07 e 15 de Março de 2016, com 382 consumidores residentes na cidade de Passo Fundo. A amostra aleatória foi estratificada por classes de renda de acordo com os dados do último censo do IBGE. A partir da coleta dos dados, a análise foi realizada em semelhança aos indicadores de confiança do consumidor utilizados nacional e internacionalmente, o que permite a comparação dos resultados. Os professores Eduardo Rech, João Vicente Rosa de Souza, Kenny Basso, Suzi Zanchett Wahl e Vitor Francisco Dalla Corte são os responsáveis pela pesquisa.

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