Médica recomenda a vacinação para quem não está no grupo de risco

Imunização é mais importante para quem tem baixa imunidade. Mas aqueles que têm condições financeiras também devem se proteger

Por
· 3 min de leitura
Na rede pública, a vacina é disponibilizada para os grupos de riscNa rede pública, a vacina é disponibilizada para os grupos de risc
Na rede pública, a vacina é disponibilizada para os grupos de risc
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

A vacina contra o vírus Influenza ainda não chegou à rede pública de saúde. Entretanto, a procura nas clínicas particulares é alta, não somente pelas pessoas que estão dentro do grupo de risco, como idosos, gestantes e crianças, mas também de adultos considerados saudáveis. O preço varia entre R$ 90,00 e R$ 120,00, nas clínicas de Passo Fundo. Mas vale a pena pagar pela vacina? Em entrevista ao jornal Correio do Povo, o secretário estadual da Saúde, João Gabbardo dos Reis, disse que não há comprovação científica de que a vacinação de pessoas fora do grupo de risco traga benefícios concretos ou que reduza os períodos de afastamento de trabalho, por exemplo. “Cochrane (site de estudos científicos) publicou uma meta-análise reunindo mais de 90 trabalhos científicos do mundo inteiro sobre a aplicação da vacina contra gripe e identificou que não há benefícios consideráveis no caso de adultos saudáveis. Como gestor de saúde pública, a nossa ação deve ser feita com base em estudos científicos e com resultados de custo/efetividade caso contrário só estaremos usando recursos sem benefício algum, pois no grupo de adultos saudáveis não diminui os sintomas, não reduz internação hospitalar e óbitos”, disse.
Apesar de também acreditar que a vacina da rede pública deve se restringir aos grupos de risco, a coordenadora da UTI Adulto do Hospital da Cidade, Dra. Janaína Pilau, defende que aqueles que têm condições de se vacinar, devem se vacinar. “A vacina não tem uma proteção de 100%. Ela tem uma proteção de 70% a 75%. As pessoas que são mais suscetíveis são aquelas que teriam o maior benefício. Porém, se a pessoa tem condição de fazer a vacina, independentemente de estar no grupo de risco ou não, tem que fazer. Não foram somente as pessoas com maior suscetibilidade as que morreram em 2009”, explica. Ela não acredita que haja motivos para a vacina ser disponibilizada na rede pública. “Não tem como dar vacina para todo mundo, nenhum lugar do mundo faz isso. Não tem lógica fazer isso com o dinheiro público”.

Grupo de risco
A recomendação da ONU e do Ministério da Saúde para a vacinação é para os grupos considerados de maior vulnerabilidade, ou seja, que têm mais chances de desenvolver a doença de maneira mais grave ou risco de transmissão. São elas: crianças de seis meses até menores de cinco anos, idosos, gestantes, puérperas, pessoas com comorbidades, profissionais de saúde, indígenas e pessoas privadas de liberdade. De acordo com Janaína, quem tem uma comorbidade, que pode ser obesidade ou uma doença pulmonar, por exemplo, têm uma falha na imunidade. “O paciente que tem doença pulmonar prévia, qualquer gripe ou qualquer infecção em cima desse pulmão vai se tornar mais grave que alguém que não tem doença. A imunidade da gestante já é mais baixa pelo simples fato de ser gestante. Se ela estiver exposta ao vírus terá uma evolução pior por ter as defesas mais baixas”, explica.

Tamiflu
A prescrição do Tamiflu é para quadros virais, não específico o H1N1, mas o Influenza. “Funciona para as pessoas que estão infectadas com o vírus da gripe. Quando lançaram ele em 2001, o custo era extremamente alto e não justificava obtê-lo porque gripe e resfriado evolui de uma maneira que em quatro ou cinco dias o ciclo termina e você melhora. Com o surgimento do H1N1 e como a evolução nem sempre é favorável, as pessoas começaram a usar para qualquer resfriado e qualquer gripe. Mas a indicação dele é para o vírus Influenza, independentemente se é H1N1 ou não”, destaca Janaína.

Prevenção
Entre as formas de se prevenir, Janaína recomenda lavar sempre as mãos, nunca esfregar as mãos no rosto, na boca ou nos olhos sem lavá-las primeiro. “Arejar sempre os lugares, abrir as janelas, deixar a porta aberta. Nas escolas de educação infantil, não trocar bico, mamadeira e lavar sempre os brinquedos no final do dia. Ter uma alimentação saudável, fazer todas as refeições e hidratar-se também são alguns cuidados que trazem benefícios”.

Gostou? Compartilhe