"Ser brindado com a vida não tem explicação", diz socorrista do Samu

Equipe do Samu participou de dois partos em menos de uma semana. O último ocorreu na quarta-feira (13)

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Trio de socorristas participou de parto na madrugada de quarta-feira (8)Trio de socorristas participou de parto na madrugada de quarta-feira (8)
Trio de socorristas participou de parto na madrugada de quarta-feira (8)
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O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado por volta das 3h20 da manhã de quarta-feira (13). O chamado era para atendimento de uma gestante que estava em trabalho de parto. Cinco minutos depois, a ambulância com três socorristas chegou a uma residência do bairro São Cristóvão, em Passo Fundo. Ao entrar no local, a equipe verificou que uma menina já havia nascido. “A criança estava com o cordão umbilical envolto no tórax, então tivemos que ter todo o cuidado no manejo. Qualquer movimento irregular poderia ser fatal”, relata a socorrista Lucimar Santos. Em seguida, após cortar o cordão, a criança, que estava com hipotermia, foi aquecida e colocada junto à mãe, de 30 anos. Após os primeiros socorros, as duas foram levadas para o Hospital da Cidade em estado regular de saúde. Os socorristas Juliano Monteiro, Adilson Camargo também participaram do atendimento.

A situação, no entanto, não foi novidade para Lucimar, há cinco anos no Samu. Em 2015, ela havia participado do atendimento de um parto de um menino ocorrido em uma residência na região do Sétimo Céu. “Nós geralmente trabalhamos com o sofrimento. Então, é uma alegria quando somos contemplados com a vida”, afirma ela. “No final de um plantão em que, muitas vezes, não conseguimos salvar vidas, ser brindado com a vida não tem explicação. Não há palavras no mundo para expressar tanta alegria”.

Essa foi a segunda participação de uma equipe do Samu em um parto em menos de uma semana. A outra ocorreu na última sexta-feira (8). Por volta das 7h40, a equipe de socorristas foi chamada para atendimento em uma residência da Rua Princesa Isabel, no bairro Petrópolis, em Passo Fundo. No local, uma adolescente de 17 anos estava em trabalho de parto.

Os dois socorristas, José Luis dos Santos Ribeiro e Cristiane Danieli, compareceram ao local.“Foi uma situação de sufoco. Não tinha como deslocar para o hospital, tivemos que fazer o parto ali mesmo”, lembrou a enfermeira. A adolescente foi colocada na ambulância para o procedimento. “No meio do parto, ela [a mãe] não tinha mais força e a criança não saía. Foi aí que pedimos a intervenção do médico regulador de Porto Alegre. Ele ficou no viva-voz [do telefone celular] orientando o que devíamos fazer. No fim deu tudo certo e a criança chorou no primeiro momento”, recorda Cristiane.

Esse foi o primeiro atendimento de parto na trajetória de cinco anos da enfermeira no Samu. “É um momento de muita emoção. Porque nosso trabalho é só tragédia. Então ver um parto é uma coisa maravilhosa, porque trazemos a vida. Vimos a luz, a esperança de um inocente. Fiquei muito emocionada”, disse. A mãe e a criança também foram levadas para o Hospital da Cidade.

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