Vacinação pode começar no sábado

Prefeitura solicitou o adiantamento da campanha ao Estado nessa terça-feira (12). Caso a resposta for positiva, as doses podem chegar a Passo Fundo ainda hoje

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Cerca de 170 detentos apresentarem sintomas da doençaCerca de 170 detentos apresentarem sintomas da doença
Cerca de 170 detentos apresentarem sintomas da doença
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A campanha de vacinação contra o vírus Influenza, prevista inicialmente para o dia 25, pode começar ainda neste sábado (16). Depois do pedido de adiantamento feito pela prefeitura de Passo Fundo, formalizado ontem (13), a posição extraoficial do Estado foi positiva. Caso seja confirmada, 20 mil doses deverão chegar de Porto Alegre ainda hoje. De acordo com o secretário de Saúde do município, Luiz Artur Rosa Filho, ainda falta decidir se a campanha começará no sábado ou na segunda-feira. “Nós estamos fazendo uma reunião interna para ver qual é a melhor estratégia. Estamos prevendo uma questão importante de demanda, porque assim que lançarmos terão muitas pessoas querendo fazer. A preparação é para isso. Depende do Estado nos estregar as doses. Se Passo Fundo tiver autonomia, vamos antecipar”. A reunião deve acontecer ainda hoje ou sexta-feira. Segundo o secretário, o Estado está ponderando alguns pontos. Um deles é o risco de que pessoas de outras cidades venham para Passo Fundo fazer a vacina. “Essas doses são da cota de Passo Fundo. Nós poderíamos colocar restrição, como fazer a vacina somente mediante apresentação do Cartão SUS. Mas aí algumas pessoas não iriam lembrar-se de levar, outras não possuem o cartão, o que prejudicaria o andamento do processo. Então não vamos cobrar nenhum comprovante de que é morador da cidade. Vamos assumir o risco”, afirmou Luiz Artur.

Outro ponto de atenção feito pelo Estado é que, iniciando sábado ou segunda-feira, na terça-feira as doses já teriam acabado. “Nós só vamos receber uma nova cota no final do mês. Mas eu vejo esse ponto como menos importante. Se terminar na terça-feira, nós já teremos 20 mil pessoas imunizadas em Passo Fundo, que vão colaborar com as outras pessoas que já fizeram a vacina nas clínicas privadas”, explica Luiz Artur. Um levantamento deve ser feito no final dessa semana para apontar quantas pessoas já se protegeram por meio da rede particular. “Este ano, por conta de tudo o que está acontecendo, estimamos que a procura privada esteja na ordem de 10 vezes mais do que é normalmente”.

 

6ª morte confirmada

Subiu para seis o número de mortes por gripe H1N1 no Rio Grande do Sul. O caso mais recente foi confirmado nesta quarta-feira (13), pela Secretaria de Saúde de Canoas. A vítima é um sargento da Brigada Militar, 46 anos, que morreu na segunda-feira (11), no Hospital Nossa Senhora das Graças. Também ontem, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) confirmou a morte de um homem causada pelo vírus, morador de Erechim. Ele morreu na madrugada de domingo no Hospital Santa Terezinha. O resultado dos testes, no entanto, só chegou ao conhecimento da SES nessa terça. Ele ainda não foi identificado e ainda não se sabe onde o vírus foi contraído. Para o secretário Luiz Artur, ainda é cedo para avaliar esse caso como uma preocupação para Passo Fundo. Porém, o quadro é muito variável e, assim como não há nenhum caso da gripe na cidade, de um dia para o outro, podem surgir vários. “Esse quadro é muito lábil, hoje não temos nenhum caso. O meu medo é que segunda a gente acorde com 30 casos em Passo Fundo ou um óbito, por exemplo. O motivo fundamental da antecipação é que não estamos em uma situação preocupante, mas não queremos chegar nessa situação”. De acordo com ele, o fato de Passo Fundo ter passado por uma epidemia em 2009 pode ser favorável para o organismo das pessoas no momento. “Eu acho que nós estamos mais imunes que todos os outros locais, por conta de que nós tivemos uma epidemia em 2009, ou seja, muita gente tem anticorpo para a gripe”.

 

Presídio

Durante todo o dia de ontem, 580 apenados e 60 servidores do Presídio Regional de Passo Fundo receberam a dose da vacina contra a gripe. 119 detentos não desejaram fazer a vacina e assinaram termo de responsabilização. Mil doses vieram na terça-feira (12), depois de 170 detentos apresentarem sintomas de gripe. O material coletado nos exames está sendo enviado para Porto Alegre. Os resultados dos testes, que apontarão se os casos são de gripe comum ou Influenza, devem ficar prontos entre sete a dez dias. As visitas à casa prisional seguem suspensas. Uma nova análise deverá ser feita hoje para decidir pela liberação das visitas para o final de semana.

Funcionalismo público

O Simpasso entregou ao Executivo municipal, na tarde dessa terça-feira (12) pedido para que a prefeitura de Passo Fundo providencie a imunização dos empregados e servidores públicos municipais contra o vírus da gripe H1N1. No ofício entregue ao chefe de gabinete Gilberto Gosch, o sindicato pede atenção especial ao caso dos professores, assistentes de educação infantil e demais profissionais que atuam nas escolas do município, os quais, como os da saúde, tem contato direto e permanente com a população, além de desempenharem atividades profissionais em ambientes fechados e com grande potencial de contaminação e propagação do vírus.

A Brigada Militar, por meio da Associação Beneficente Antônio Mendes Filho (ABAMF), também está em contato com autoridades para que os brigadianos sejam incluídos no grupo prioritário da vacinação contra a gripe A. Conforme o presidente Leonel Lucas, a entidade conversa com as autoridades para agilizar a imunização. “Buscamos o diálogo para defender a categoria dessa ameaça a saúde, mas se for necessário usaremos os meios jurídicos para receber a vacina”, disse. Para a presidente da ABAMF em Passo Fundo, Sargento Mirian Canova da Rosa, a vacinação deve ser feita o quanto antes. “Estamos ansiosos para recebermos a vacina que nos imuniza, já que trabalhamos em contato direto e diário com o mais diversificado público. Esperamos receber a vacina logo”, afirmou.

A vacina para os funcionários públicos, porém, não está garantida. Todos os anos, o funcionalismo é vacinado assim que termina a campanha para os grupos de risco. De acordo com Luiz Artur, nos outros anos, chegava-se ao final da campanha com cerca de 10 mil doses sobrando. “Aí abríamos para todo mundo. Neste ano, por conta dessa situação, se todos do grupo de risco fizerem a vacina, não teremos cota. Porém, são variáveis que não temos como prever agora”. Quem determina quem será vacinado é o Ministério da Saúde. Neste ano, idosos, gestantes, trabalhadores de saúde, presidiários e crianças de 6 meses a 5 anos fazem parte do grupo de risco. Passo Fundo vai receber em torno de 65 a 70 mil doses, calculadas por meio de dados do IBGE. “Nós teremos que aguardar a vacinação de todas as pessoas do grupo de risco para poder vacinar os outros. Aí os funcionários públicos terão preferência, por conta do trabalho que desempenham. Mas nós, infelizmente, não podemos quebrar essa regra”, esclarece o secretário. 

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