OPINIÃO

Cristãos leigos: Sal da terra e luz do mundo

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A 54ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, reunida em Aparecida, teve como tema central a vida e a missão dos leigos na Igreja e na sociedade: onde são chamados a serem o sal da terra, a luz do mundo e o fermento na massa, conforme recomenda Jesus a todos os seus discípulos (cf. Mt, 5, 13-16).

A Igreja é feita de batizados que receberam o mesmo Espírito Santo, aderiram a Jesus Cristo que os fez professarem a mesma fé e assumirem o mesmo projeto do Reino de Deus. O batismo conferiu a todos a mesma dignidade, diante de Deus e das pessoas. Os que tem a mesma dignidade exercem diferentes funções e ministérios na Igreja. Neste sentido, os leigos não substituem o clero e os religiosos, nem o clero e os religiosos substituem os leigos naquilo que lhes compete por vocação e missão.
A missão dos leigos na Igreja é insubstituível pois são discípulos e missionários nos mais diferentes ambientes eclesiais. Participam ativamente na ação pastoral da Igreja, desde a organização das comunidades, na catequese, na liturgia, nas celebrações, nas pastorais, grupos e serviços, entre outros. Levam as pessoas a Cristo e Cristo às pessoas, aprofundando a fé e a adesão Ele.
Se a missão dos leigos na Igreja é insubstituível, o mesmo vale para a sua missão no mundo. O Concílio Vaticano II, no documento Luz do Mundo, diz: “A vocação própria dos leigos é administrar e ordenar as coisas temporais, em busca do Reino de Deus. Vivem, pois, no mundo, isto é, em todas as profissões e trabalhos, nas condições comuns da vida familiar e social, que constituem a trama da existência. São aí chamados por Deus, como leigos, a viver segundo o espírito do Evangelho, como fermento de santificação no seio do mundo, brilhando em sua própria vida pelo testemunho da fé, da esperança e do amor, de maneira a manifestar Cristo a todos os homens”.
O que significa a presença leiga no mundo? Ficar falando constantemente de Deus? Pregar em praças, no ambiente de trabalho? Em alguns momentos isto pode e deve ser feito. Mas, essencialmente, ser presença no mundo é ter uma postura de cristão. É agir conforme a ética cristã. É não ficar indiferente diante das situações de sofrimentos, de injustiças e da degradação social e moral na convivência social. É propor leis e meios de promover o bem comum.
No sacramento do batismo, os batizados receberam uma vela acesa e nesta hora foi-lhes recomendado que caminhem na vida iluminada por Cristo e vivam como filhos da luz. No batismo, também pode-se fazer o rito do sal, lembrando que o batizado é sal da terra que dá um sabor de Deus ao mundo pelo seu exemplo, estimulando as pessoas a caminharem na estrada do direito, da justiça e do amor fraterno, temperando a vida com o gosto pela Palavra de Deus.

Dom Rodolfo Luis Weber
Arcebispo de Passo Fundo
15 de abril de 2016

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