OPINIÃO

Fatos 18.04.2016

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Julgamento no Senado

A derrota do governo na Câmara dos Deputados foi maior do que previam os mais otimistas da oposição. Foi praticamente de goleada.  O que a Câmara fez ontem foi aprovar a admissibilidade do processo. Isso significa que ele segue ao Senado, casa onde o impeachment será julgado. O Senado terá dois momentos importantes: o primeiro é receber o processo e aprovar a sua admissibilidade. Mas isso ocorrerá se metade dos 81 senadores (41) aprovar. Se os senadores decidirem abrir o processo, a presidente será afastada por 180 dias. Assume Michel Temer. A partir daí, inicia-se outro processo. Pelo placar de levantamentos feitos pela grande mídia, o processo seria aceito por 44 dos 81 senadores.  Diante do quadro, está mais do que justificável a declaração recente de Renan Calheiros, que disse esperar que o processo não chegasse ao Senado. 

Desmobilização

É visível o desânimo da militância petista. A concentração em Passo Fundo, que reuniu alguns sindicalistas e integrantes do Movimento Sem Terra, não se compara a grandes manifestações já protagonizadas pelo partido em outros tempos. A concentração não passou das 17h. Foi logo desmobilizada quando os votos começaram a ser conhecidos em Brasília.

Lamentável

O processo de impeachment é uma prerrogativa constitucional e os chefes de Estado estão sujeitos a ele, desde que haja comprovadamente crimes para que o processo seja aberto. Agora, o que assistimos ontem, salvo raríssimas exceções, é deplorável sob todos os aspectos. Elegemos o pior Congresso de todos os tempos. Cenas patéticas, discursos ridículos e o pior: sob a presidência de um réu acusado de corrupção.  Aos olhos do mundo, um circo chamado Brasil. Vergonha!

Inabalável

Impressionante a frieza de Eduardo Cunha diante de tudo o que ouviu nas últimas horas. Homem de aço. O chamaram de corrupto, ladrão e que não poderia jamais estar à frente do processo. As ofensas não lhe fizeram cócegas. Está acostumado a lidar com o que é de pior na política. 

Afastamento

Passado este processo, a grande expectativa é em relação a decisão do STF ao pedido feito pela Procuradoria Geral da República, que pede o afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara.  Cunha foi denunciado em agosto do ano passado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sob a acusação de ter recebido propina para que um contrato de navios-sonda da Petrobras fosse viabilizado. As acusações fazem parte dos quatro inquéritos aos quais Cunha responde no Supremo pelas investigações da  Lava Jato.

Holofotes

Aproveitando os holofotes da TV, os parlamentares fizeram um charme. Valeu exaltar o nome de Deus (centenas de vezes), abençoar a família, mandar beijo para a neta de aniversário, fazer declaração de amor à esposa, pedir pela saúde dela, pelo estado, pela Nação, pela felicidade dos brasileiros e à nação evangélica (???). 

Criativos

Pois as justificativas só deram munição aos criativos das redes sociais: Os melhores contrapontos da web:

“Aparentemente o motivo do impeachment da Dilma é porque ela não gosta muito das famílias dos deputados”;

“Após ser citado por todos deputados pró-impeachment, Deus será investigado pelo Ministério Público”.http://

”Se nós quiser saber de sua família, nós pergunta”.

“Por mais pudim de sobremesa EU VOTO SIM”.

Linha de sucessão

Confirmando-se o afastamento da presidente Dilma Rousseff, pelo Senado, o vice Michel Temer assume a presidência e na linha de sucessão, Eduardo Cunha é o seu ‘vice’. Cunha assumiria a presidência, por exemplo, em caso de ausência de Temer do país.

Mandato prorrogado

Não se surpreendam com prorrogação de mandato, na hipótese de Michel Temer assumir definitivamente a presidência. O PMDB já fez isso com José Sarney. Poderá fazer agora com Temer. Cunha tem a Câmara nas mãos, e poderá, muito bem, propor alteração constitucional. No Senado, a aprovação será fichinha.

Opinião x ofensa

Ter opinião a respeito de qualquer coisa não dá o direito às pessoas de fazer acusações levianas e, muito menos, sem provas. Isso é passível de processo judicial com jurisprudência de condenação por danos morais. Embora pareça, a Internet, através das Redes Sociais não é território livre para ofensas desmedidas e sem o mínimo cuidado. Ninguém pode, deliberadamente, usar este espaço que é democrático, graças a estarmos vivendo numa democracia, para sair atirando com uma metralhadora sem olhar a quem.

 

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