OPINIÃO

Coluna Zulmara - 19/04/2016

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Julgamento técnico
Cabe ao Senado fazer o julgamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. E o que se espera é que seja um julgamento técnico, embora a relação com a política é inevitável. Primeiro, os senadores terão que examinar o processo e identificar se há crime de responsabilidade. Se houver, o impedimento será o resultado mais provável e o componente de decisão política vai pesar . Se não houver, caberá ao Senado rejeitar o pedido. E a questão toda está em se as denúncias feitas tem relação com o atual mandato e não com o anterior. O advogado especialista em direito político, André Leandro Barbi de Souza, é claro na sua interpretação da Constituição: um chefe de Executivo só pode sofrer impedimento se houver comprovadamente crime de responsabilidade no exercício do atual mandato. Outro advogado, Alcindo Roque, professor da Universidade de Passo Fundo, destaca que o julgamento no Senado possibilitará amplo debate sobre as questões jurídicas que envolvem o processo e que por se tratar de um julgamento a Constituição assegura o direito da ampla defesa.

Primeira vez
Alcindo Roque destacou que o julgamento do processo pelo Senado vai fazer história no país. O ex-presidente Fernando Collor de Mello não enfrentou o rito nos moldes estabelecido para a presidente Dilma. Collor renunciou antes para evitar a perda dos direitos políticos, mas o Senado realizou a sessão votando pelo impedimento.

Cotados
Embora o PSB tenha negado, o ex-deputado Beto Albuquerque é lembrado pela imprensa nacional como futuro ministro do governo de Michel Temer. Outro passo-fundense, o jurista Gilson Dipp, é cotado para o ministério da Justiça, porém, mais provável que seja no governo de Dilma Rousseff.

Em cima do muro
O deputado Pompeo de Mattos, PDT, um dos que se absteve na votação de domingo virou alvo de críticas de todos os lados. Ficar em cima do muro não foi a melhor estratégia para o parlamentar.

Expulsão
Em compensação, a posição contrariando orientação da bancada do PDT, do deputado Giovani Cherini, pode lhe custar a expulsão. É o que promete a direção nacional do partido. Vai emparedar os sete que parlamentares que desobedeceram a orientação. Será mesmo?

Presente
Um dia após a votação, aliados de Eduardo Cunha na Câmara, articulam estratégias para minar o processo contra o parlamentar no Conselho de Ética, garantindo assim sua permanência na presidência da casa. Sob aplausos de boa parte da população.

Cutucada
O site do semanário alemão Die Zeit publicou ontem que a votação na Câmara "mais parecia um carnaval" e que uma pessoa desavisada que visse a sessão não poderia ter ideia da gravidade da situação. "Nesse dia decisivo para o destino político da sétima maior economia do mundo, o que se viu foram horas de deputados aos berros, que se abraçavam, tiravam selfies e entoavam canções", diz o correspondente Thomas Fischermann.

Projeto
O líder comunitário Saul Spinelli foi empossado ontem como vereador e já apresentou o projeto que prevê a criação do programa Centro Dia. Trata-se de um local para atender idosos que precisam de cuidados e não podem ficar sozinhos em casa. Seus familiares trabalham e muitas vezes não tem com quem deixar. O programa teria equipe multidisciplinar para atender os idosos. Espaço para além de atendimento terá atividades se ocupação e inserção na sociedade.

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