Aedes aegypti: Cuidados devem ser mantidos

O próximo verão ainda está longe, mas as medidas que devem ser tomadas para evitar uma proliferação ainda maior dos mosquitos transmissores da dengue, zika e chikungunya devem ser mantidas desde já. O calor das últimas semanas ainda favorece o aedes aegypti e o aedes albopictus a realizarem a postura dos ovos e o nascimento de novos mosquitos. A fase crítica de procriação tende a se amenizar a partir de agora, mas isso não é motivo para descuidar.
A coordenadora do Núcleo de Vigilância Ambiental em Saúde Ivânia Silvestrin explica que ainda há riscos de ocorrência de casos das três doenças transmitidas por estes dois mosquitos, especialmente até a 16ª semana epidemiológica, que se completa nos próximos dias. Com isso deve haver uma queda no risco de epidemia, mas a atenção para os cuidados deve ser mantida. Isso porque os mosquitos continuam a fazer a postura dos ovos e, caso a população deles não seja diminuída neste período, os riscos de ter uma infestação ainda maior no próximo verão só aumentam. “As baixas temperaturas dificultam a proliferação, mas não impedem que ele se prolifere e o que a gente pede para a população é que mantenha os mesmos cuidados”, reforça.
Frio
Mesmo com a tendência de as temperaturas diminuírem a partir das próximas semanas, os mosquitos continuam a fazer a postura dos ovos. “Onde tiver água parada a fêmea vai depositar os ovos. Tivemos uma situação bem delicada no verão quando a população de mosquitos adultos era muito grande. Para que a gente garanta um início de verão em 2017 mais tranquilo o importante é manter o cuidado de eliminação de criadouros de focos o ano inteiro”, salienta. Mesmo ressecados, os ovos são perigosos. Eles sobrevivem até um ano sem água e, se neste período entrarem em contato com água, o ciclo evolutivo recomeça.
Casos
Apenas neste ano foram notificados mais de 70 casos suspeitos de dengue, dos quais dois foram confirmados. Os casos foram importados e envolveram pessoas que viajaram para o Mato Grosso e para o Paraná. Em ambos os casos todo o protocolo do Ministério da Saúde para a contenção foi adotado para diminuir os riscos de disseminação da doença. Em toda a região de abrangência da 6ª Coordenadoria Regional de Saúde já foram confirmados sete casos de dengue. Destes, quatro foram registrados em Lagoa Vermelha, também importados, e um em Soledade, este contraído no município, de acordo com o Boletim Epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde.
Transmissão
Quando a fêmea do mosquito pica uma pessoa infectada com um dos três vírus, ela passa a ser uma transmissora deles caso pique outras pessoas. Pesquisas ainda avaliam se as fêmeas contaminadas também são capazes de colocar ovos que gerem novos mosquitos já infectados com os vírus, mas ainda não há confirmação deste tipo de transmissão. “Os mosquitos machos se alimentam de seiva e néctar, mas a fêmea precisa também se alimentar de sangue para ela maturar os ovos”, explica Ivânia.
Cuidados
Nunca é demais lembrar os cuidados necessários para evitar a proliferação dos mosquitos. Os depósitos preferencias para a postura dos ovos são recipientes domiciliares com água parada ou até na parede destes, mesmo quando secos. Os principais exemplos são pneus, latas, vidros, cacos de garrafa, pratos de vasos, caixas d'água ou outros reservatórios mal tampados, entre outros. No caso das piscinas, se estiverem recebendo o tratamento adequado, com aplicação da quantidade correta de cloro não há problema. Caso contrário, serão criadouros de mosquitos.