Gare terá Espaço Cultural Prisma

Espaço privilegia novas formas de leitura e relação de todas as gerações. Games, selfies, realidade virtual e acervos para pessoas cegas, estão entre as iniciativas

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Anúncio foi feito na manhã de quinta-feira (28) em coletiva realizada no Teatro do SescAnúncio foi feito na manhã de quinta-feira (28) em coletiva realizada no Teatro do Sesc
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Passo Fundo é município pioneiro no incentivo a práticas leitoras inovadoras. E mais uma vez deverá oferecer à comunidade um espaço para vivências intergeracionais diferenciadas com games, realidade virtual, acervos para pessoas cegas, e interações com as mais diferentes formas de leitura, inclusive livros e periódicos. O projeto Prisma – Espaço Cultural Gare foi apresentado na manhã de ontem (28) pelo prefeito Luciano Azevedo e pela curadora do espaço, professora Tania Rösing, que contribuirá com o projeto de forma espontânea e voluntária.
A professora Tania é referência nacional e internacional quando se fala em estímulo a práticas leitoras inovadoras. Há quase 20 anos, ela idealizou o Centro de Referência em Literatura e Multimeios – Mundo da Leitura, que funciona em anexo à Biblioteca Central da UPF. Ainda hoje o mundo da leitura serve de exemplo para novos projetos. Toda essa experiência, levou a Prefeitura de Passo Fundo a convidá-la para ser curadora de um novo espaço cultural que será disponibilizado à comunidade, o Prisma – Espaço Cultural Gare, que funcionará junto ao novo Parque da Gare, cuja revitalização está prevista para ser entregue no início do mês de junho.

Um centro histórico

A Gare é uma área da cidade cheia de histórias de pessoas que por lá passaram quando ainda funcionavam as linhas férreas. Pensando nisso, o Prisma não será apenas uma biblioteca, embora também terá livros à disposição das pessoas. Ele promoverá a integração entre distintas gerações, e isso refletirá no compartilhamento de diferentes formas de leitura, que não se dão mais apenas pelo modo tradicional que inclui caracteres impressos ou reproduzidos em telas. “Estamos querendo chamar a atenção das pessoas para a contemporaneidade do espaço. O livro não terminou, o livro continua, mas existem as novas modalidades de leitura que precisam ser reconhecidas, precisam ser referendadas. E nós adultos precisamos ver e estar atentos ao que os jovens estão fazendo. São leitores diferentes do que nós somos e precisamos aproximar as gerações num espaço que se preocupa com a cultura em diferentes dimensões e se preocupa em agregar diferentes movimentos e que possa dignificar a cidade e colocá-la num espaço precursor”, salienta a professora.

O espaço

No pavimento inferior do prédio, os usuários terão à disposição computadores disponibilizados para práticas intergeracionais, envolvendo avôs e netos, pais e filhos ou amigos, por exemplo, que serão utilizados para games. “Queremos que esse espaço seja usado não apenas nos computadores para os games, mas para esses usuários circularem entre games e manifestações artísticas e culturais. Também haverá espaço para as pessoas lerem e compartilharem e apreciarem a arte”, justifica a professora. Nessa área também haverá espaço para exposições, cabines individuais para contação de histórias, mangás e quadrinhos, experiências de realidade virtual, e um quarto espaço que será destinado para selfies que serão tiradas com diferentes cenários. Contará ainda com uma tela ampla para participação coletiva em games, exibição de documentários e videoclipes, sempre numa concepção contemporânea.
Na área superior haverá espaço reservado para crianças com livros impressos, brinquedos e jogos físicos, com acomodação para leituras individuais de jornais, revistas e periódicos, uso de computadores e tablets, acervos em braile e audiolivros, kits de toalhas e cestas de livros para realização de piqueniques literários no Parque. “Em um momento que se fala em crise, aqui se fala de cultura, de progresso, de educação e tecnologia, se fala dessa integração das áreas e ai não é teoria, é vivência prática”, pontua a professora.

Maior obra pública dos últimos 50 anos
O prefeito Luciano Azevedo destacou durante o anúncio e a apresentação do Prisma – Espaço Cultural Gare que a revitalização do Parque da Gare é a maior obra pública dos últimos 50 anos em Passo Fundo. “É uma área que pretendemos que tenha lazer, cultura, esporte e integração. Fica no Centro, mas pretendemos seja utilizado por moradores de todas as regiões”, afirmou. Sobre o Prisma ele destacou que o projeto surgiu de um debate profundo. “Qualquer uma das cerca de 5 mil cidades brasileiras daria tudo para ter a Tânia nessa função. E essa será uma função voluntária e não remunerada. Função de alguém que tem espírito comunitário e compromisso com essa cidade e com as futuras gerações”, enfatizou. A professora Tania foi convidada a participar do projeto devido a toda trajetória dela à frente das Jornadas Literárias e outros projetos que destacam Passo Fundo nacional e internacionalmente como exemplo de estímulo à leitura.
O nome
O nome Prisma – Espaço Cultural da Gare valoriza a arquitetura do prédio que abrigará estas ações, que é em formato de um prisma, e também a metáfora da decomposição da luz nas cores do arco íris, simbolizando a convergência da cultura e a difusão cultural pelos usuários.

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